No panorama internacional de longas-metragens mereceram ainda destaque documentários sobre temáticas transversais e atuais sobre a ação do Homem no meio-ambiente. O “Grande Prémio Antropologia Ambiental – Liberty Seguros foi conquistado por Reator Perdido (Lost Reator), documentário alemão sobre um grupo de pessoas que vivem numa dimensão de tempo pós-Chernobyl paredes-meias com uma Central de Energia Nuclear que nunca chegou a funcionar.
Já o Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados foi atribuído a Genesis 2.0, um filme-documentário sobre manipulação genética, tecnologia e criação na busca do “ouro branco” nos limites mais remotos da Sibéria.
O júri do CineEco atribui ainda três Menções Honrosas, aos filmes “O Herói das Ovelhas” (Sheep Hero) de Ton van Zantvoort, documentário que acompanha Stijn, um pastor tradicional forçado a inovar num mundo neoliberal, facto que entra em conflito com a sua visão idealista da vida; “Sonhando um Lugar” o primeiro filme de longa duração de Alfonso Kint, um relato sobre uma família que se reinventou num lugar, numa aldeia sonhada; e ainda a “Walden” de Daniel Zimmermann, documentário no qual o realizador suíço constata o absurdo de um dos princípios económicos que definem o mundo globalizado.
De entre os 80 filmes de mais de 20 países a Concurso na 25ª edição do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela destacaram-se ainda no Prémio Internacional Curtas Metragens – Turistrela, o filme de animação em stop montion feito com argila intitulado “Pacha Lama Somos Nós: A Cerimónia para Pachamama“. “O Senhor Kubota” e a sua busca pela imortalidade conquistou o “Prémio Televisão“.
“Hálito Azul” de Rodrigo Areias conseguiu arrecadar o “Prémio Camacho Costa Lusofonia” e, no Panorama Regional, o documentário “Pagar a Promessa” de Tiago Cerveira levou o “Prémio Panorama Regional Lusofonia“.
Em ano de Bodas de Prata, entre os dias 12 e 19 de outubro passaram pelas salas do Festival mais de 6.000 espetadores, para além de diretores de festivais de cinema ambiente, realizadores e profissionais de várias áreas.
Foi uma semana dedicada ao melhor do que se faz ao nível da cinematografia de temática ambiental nacional e internacional que contou com a presença, em Seia, de cerca de 40 realizadores de vários países. A edição comemorativa do Festival de Seia conseguiu agregar, uma vez mais, uma vasta oferta de atividades paralelas como as eco-talks, as oficinas de educação ambiental, uma residência artística audiovisual e chamou até si a centralidade do debate internacional sobre as questões ligadas à Emergência Climática e Educação Ambiental, no II Fórum Internacional de Festivais de Cinema Ambiente.
“O CineEco prova ser um Festival de resistência. Estes 25 anos representam para o Município de Seia uma afirmação do seu papel no âmbito da promoção da Educação para o Ambiente e promoção turística, bem patente no número crescente de público e participantes nacionais e internacionais que todos os anos visitam e por cá ficam durante a semana do Festival“, concretiza Mário Branquinho.
O CineEco fecha as portas no grande ecrã em Seia, mas entra em itinerância ao longo deste ano nas suas extensões por todo o país, incluindo Madeira e Açores, “prova de que este Festival tem conquistado um número crescente de públicos de várias idades sendo um polo aglutinador de cinema e educação ambiental no País, tendo no CineEco o seu mediador comum“, ressalva o diretor do Festival.
O Festival Internacional de Cinema Ambiental regressa a Seia, em 2020, entre os dias 10 a 17 outubro.
O CineEco 2019 é organizado pelo Município de Seia e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e do Departamento de Ambiente das Nações Unidas. É co-financiado pelo Fundo Ambiental no âmbito do Aviso Educarte: Educar para o Território, tem o apoio do Turismo de Portugal e da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e conta como patrocinador principal a Lipor.
É um dos festivais de cinema de ambiente mais antigos do mundo e membro fundador e da direção da Green Film Network, uma plataforma de 40 festivais de cinema ambiental.