José Manuel Constantino, presidente do COP, disse que a “cerimónia celebra o Movimento Olímpico Nacional, distinguindo atletas, treinadores, dirigentes e organizações desportivas que encontram na Excelência um valor que os une e são dignos do orgulho de toda a nação. Na pessoa de cada um, prestamos homenagem e agradecemos o papel de todos os que contribuíram para edificar estes exemplos aos olhos dos portugueses.”
No seu discurso, o presidente do COP voltou a sublinhar o entendimento que tem acerca da vocação da instituição. “Desde a primeira hora que assumimos o desígnio de valorizar socialmente o desporto, pois acreditamos que a visão e a missão de um Comité Olímpico Nacional é, para um país que se pretende desportivamente desenvolvido, muito mais do que um operador de viagens que prepara missões desportivas. Equacionar ou limitar o papel de uma organização cimeira do tecido desportivo de um país, como é um Comité Olímpico Nacional, a um horizonte estreito de organização de missões desportivas, configuraria um retrocesso na criação de valor desportivo para Portugal e o primeiro sinal de alheamento em relação à sua competitividade externa.”
O papel assumido pelos parceiros do COP foi igualmente destacado por José Manuel Constantino. “Reconhecemos a responsabilidade social e corporativa dos parceiros comerciais que desde a primeira hora têm um apurado sentido de sustentabilidade e compromisso cívico que os orienta para obrigações sociais para além dos lucros imediatos ou de capitalizarem mediaticamente as suas marcas.” Tendo de seguida deixado um estímulo a novas parcerias, “pois são determinantes para alavancar o País para outros patamares desportivos, ainda excessivamente dependente do financiamento público.”
O Presidente do COP não deixou de fora do seu discurso os dirigentes: “Este é também o momento em que devemos agradecer o papel dos responsáveis políticos na área do desporto, que ao longo deste ciclo olímpico têm procurado cumprir com rigor os compromissos formalizados com o Comité Olímpico de Portugal, formulando votos de sucesso para o exercício de funções governativas em que foram recentemente reconduzidos. Mas também aos municípios e autarquias locais – muitos aqui presentes – que investem no tecido associativo local e sem os quais o trabalho dos atletas, dos seus treinadores, dirigentes e clubes e federações não teriam os resultados expressivos que alcançaram.”
Quando se aproximam os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, José Manuel Constantino vincou a importância da participação portuguesa. “Ao longo deste ciclo olímpico trabalhámos para dar as melhores condições de preparação àqueles que, no próximo ano, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, terão a missão de acrescentar mais um capítulo na história desportiva de Portugal.” E reforçou o entendimento que possui acerca dos resultados desportivos: “Sabemos que uma medalha se transforma rapidamente na medalha de um país, onde todos reclamam o seu quinhão, na mesma medida em que a debandada no desaire procura inapelavelmente os mesmos bodes expiatórios. São as regras deste jogo e nós conhecemo-las.”
O Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sublinhou a importância assumida pelos atletas no trabalho de “servir o país”, recordando uma conversa com o presidente do COP, quando faltavam 1000 dias para os Jogos Olímpicos, para reafirmar a necessidade de “preparar bem a participação portuguesa. Trabalhamos com o COP para criar as melhores condições.”
Tiago Brandão Rodrigues lembrou igualmente que “o desporto de hoje implica mais investigação, mais investimento. É necessário entender que a preparação dos atletas implica um trabalho diferenciado”, disse, aludindo à colaboração crescente das universidades no treino para o alto rendimento.
Perspetivando Tóquio 2020, o Ministro da Educação sublinhou que “os Jogos Olímpicos são lugares de superação”, tendo desejado “muita sorte, trabalho e felicidades” para os atletas portugueses.
O presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, João Rodrigues, destacou o a relação que o COP tem desenvolvido com os atletas, “de confiança, respeito e amizade”. E lembrou que estes “têm adquirido competências, aprenderam a comunicar e podem ser mais-valias para a sociedade. Estão representados na Comissão Executiva do COP, no Conselho Consultivo da ADoP, por que não também nas federações?”
João Rodrigues defendeu que os atletas são “os maiores mensageiros” dos ideais olímpicos”, com o seu “saber de experiência feito. Usemo-los para perseguir esses ideais, porque uma vez olímpicos, olímpicos para sempre.”
Prémios e Galardões COP 2019
Prémio Juventude
O Prémio Juventude destina-se a premiar o atleta nacional masculino e a atleta nacional feminina, de escalões jovens, que mais se tenham distinguido pela obtenção de resultados de excelência em competições internacionais ao mais alto nível desportivo, sendo relevante o mérito do percurso académico.
Feminino
PATRÍCIA SAMPAIO (Judo)
Natural de Tomar (30/06/1999), é bicampeã da Europa de juniores (2018 e 2019); 5.ª classificada no Campeonato do Mundo de seniores e medalha de bronze no Campeonato do Mundo de juniores.
Masculino
RICARDO BATISTA (Triatlo)
Campeão do Mundo de juniores, em 2019, e 3.º classificado no Campeonato da Europa. Alcançou a 2.ª posição na Taça da Europa de juniores, em Quarteira. Durante o ano de 2018, foi 3.º classificado em duas etapas da Taça da Europa de juniores.
É natural de Torres Noves e tem 18 anos (20/11/2000).
Prémio Ética Desportiva
ARMANDO ALDEGALEGA (Atletismo)
O Prémio de Ética Desportiva destina-se a premiar ações relevantes em prol dos princípios e valores da ética no desporto, suscetíveis de constituir exemplos virtuosos e pedagógicos, e pode ser atribuído a atletas, treinadores, dirigentes e outros agentes desportivos ou profissões relacionadas com o desporto.
Armando Aldegalega nasceu em Setúbal (23/11/1937), representou o Sporting e foi internacional por Portugal em 35 ocasiões. Participou nos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964 e Munique 1972. Foi campeão ibero-americano da maratona (1962). Somou 19 títulos nacionais, entre 5000m, 10 000m, 3000m obstáculos e maratona. Conquistou nove títulos europeus e nove títulos mundiais de veteranos. Foi distinguido pelo Comité Olímpico de Portugal com o Prémio Eng. Nobre Guedes; recebeu o Prémio Stromp; a medalha de mérito da Associação de Atletismo de Lisboa; a medalha de mérito desportivo da Federação Portuguesa de Atletismo; e a medalha de mérito desportivo atribuída pelo Governo português, entre outras distinções.
Foi porta-estandarte da Missão de Portugal participante nos Jogos Olímpicos de Munique 1972.
Medalha de Mérito
ANTÓNIO BESSONE BASTO
A Medalha de Mérito destina-se a galardoar desportistas que tenham prestado serviços relevantes ao Desporto Nacional ou ao Olimpismo.
António Bessone Basto nasceu em Algés (9/11/1945), descendendo de uma família onde figuram seis atletas olímpicos. Participou nos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964, aos 18 anos, na modalidade de Natação, mas no seu currículo desportivo contam-se igualmente internacionalizações em Polo Aquático e Andebol, para além da prática de Pesca Submarina, Râguebi, Basquetebol, Karaté, Judo, Ginástica, Hóquei em Patins, Atletismo, Pesca Desportiva e Ténis de Mesa.
Foi considerado uma das 100 personalidades da República Portuguesa. Foi sete vezes campeão nacional de Andebol, ganhou a Taça de Portugal em três ocasiões e a Supertaça em duas.
Conquistou títulos nacionais de Natação nos escalões de infantis, iniciados, aspirantes, juniores, seniores e absolutos. Foi campeão luso-brasileiro (400m livres e 4x200m livres) e campeão militar. No escalão Master, entre 2009 e 2016, foi campeão nacional em 50m, 100m e 200m, nos estilos costas e bruços; campeão nacional em 50m, 100m, 200m, 400m, 800m e 1500m livres; campeão nacional nas estafetas 4x100m estilos, 4x100m livres, 4x50m livres e 4x50m estilos (masculina e mista); foi medalha de bronze no Europeu de Londres 2016, nos 200m estilos e 200m costas; e no Europeu de Águas Abertas (5000m).
Somou três títulos nacionais de Pesca Submarina.
Prémio Prestígio
REPSOL
Desde maio de 2016 que a empresa Repsol se tornou oficialmente parceiro olímpico do Comité Olímpico de Portugal (COP), tendo, desde então, sido constituída uma relação de sinergia e de apoio ao Movimento Desportivo Nacional. O apoio da Repsol ao Movimento Desportivo Nacional vai muito para além da relação bipartida com o COP, pois tem efeitos replicadores de apoio direto e indireto a todas as federações suas membros e aderentes ao Cartão COP Repsol. Por outro lado, a Repsol foi e é uma entidade empresarial que esteve presente e disponível para apoiar o COP num conjunto alargado de projetos e iniciativas em que decidimos investir e participar. Ainda que não se revelem valores concretos, o benefício financeiro do desporto devido ao apoio da Repsol já vai muito para além de meio milhão de euros e tudo o que esse montante significa não poderá nem deverá ser minorado, mas sim sublinhado como um exemplo de apoio empresarial ao desporto nacional.
Medalha de Excelência Desportiva
A Medalha de Excelência Desportiva distingue o melhor atleta masculino e a melhor atleta feminina do ano, sendo concedida a medalhados olímpicos; campeões do Mundo ou da Europa, absolutos ou equivalentes, reconhecidos pela respetiva Federação Internacional; que tenham atingido nível de excelência no âmbito competitivo em provas reconhecidas pela respetiva Federação Internacional.
Feminina
FU YU (Ténis de Mesa)
Medalha de Ouro individual nos Jogos Europeus Minsk 2019; e medalha de Prata no Campeonato da Europa de Equipas.
Nasceu em Hebei, na China (29/11/1978), tendo representado Portugal nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 (33.ª classificada). Nos Jogos Europeus Baku 2015, foi 17.ª (individual) e 9.ª (equipas). Foi a primeira mesatenista de nacionalidade portuguesa a conquistar uma medalha numa competição internacional, ao ganhar a medalha de bronze nos Europeus de Scwechat 2013, na Áustria.
Masculina
JORGE FONSECA (Judo)
Medalha de Ouro no Campeonato do Mundo 2019, em Tóquio, na categoria -100kg. Natural de São Tomé e Príncipe (30/10/1992, estreou-se em Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro 2016, tendo sido o 17.º classificado. Em 2019, fez parte da equipa mista que conquistou para Portugal a medalha de prata nos Jogos Europeus Minsk 2019.
Ordem Olímpica Nacional
JOÃO GANÇO (Atletismo)
A Ordem Olímpica Nacional destina-se a distinguir personalidades, de elevado nível e público reconhecimento, por relevantes serviços prestados ao Movimento Olímpico, observando os seguintes critérios: ter obtido, ao longo da sua carreira, resultados excecionais a nível internacional; ter participado, de modo relevante, na direção, organização e promoção do desporto, a nível nacional ou internacional, tendo granjeado respeito e admiração na comunidade; ter atuado, de forma altruísta e extraordinária, em benefício do desporto português.
João Ganço (29/12/1952) é licenciado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Física, tendo lecionado durante 33 anos. Foi o treinador de Nelson Évora, campeão olímpico de triplo salto em Pequim 2008, campeão do Mundo, campeão da Europa e campeão das Universíadas; de Francis Obikwelu, campeão da Europa dos 60m; e de Susana Costa, finalista nos Jogos Olímpicos, campeonato do Mundo e campeonato da Europa, em triplo salto.
Pelo sucesso que alcançaram, na noite desta quinta-feira foram igualmente distinguidos os chefes das missões organizadas pelo COP durante o ano de 2019: Pedro Flávio (Festival Olímpico da Juventude Europeia de inverno); Marco Alves (Jogos Europeus); Catarina Monteiro (Festival Olímpico da Juventude Europeia de verão e Jogos Mundiais de praia); e Filipe Jesus (Jogos do Mediterrâneo de praia).
As escolas participantes no Programa de Educação Olímpica que mais se evidenciaram em 2019 também subiram ao palco: Escola Secundária Fernão do Pó (Bombarral), Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe (Cacia), Escola Secundária Rocha Peixoto (Póvoa de Varzim) e Agrupamento de Escolas do Cerco (Porto). Também a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo foi alvo de distinção pela organização do Dia Olímpico.