A primeira prova do dia, Sub20 Masculinos, tem início às 10h00 ecomeça com a equipa nacional que se apresenta, à partida, mais homogénea e coesa de todos os escalões.
Esse é só o primeiro dos motivos para que se possa pensar numa medalha coletiva. O outro motivo tem a ver com o bom nível que estes juniores apresentam, em que dois deles foram medalhados no Europeu de Juniores (em Pista) em 2019.
A esperança maior recai em Etson Barros que, na última prova de observação (no local do Campeonato da Europa), venceu demonstrando um à vontade diferente dos seus colegas. Nessa prova, Ruben Amaral, Miguel Ribeiro, Miguel Moreira e Duarte Gomes ficaram separados por apenas 15 segundos. Mais atrás mas também garantindo o seu lugar na equipa ficou o campeão europeu de juniores de 1500m, Nuno Pereira.
Numa prova em que o único favorito é o incrível Jacob Ingebrigtsen, é expectável que Etson Barros lute por uma medalha e que Portugal volte a ganhar uma medalha colectiva neste escalão (a última vez foi em 2010, em Albufeira).
Pelas 10h30 será a vez dos Sub20 Femininos, prova em que correrá a maior esperança portuguesa.
Mariana Machado tem progredido bastante nas últimas duas épocas, chegando ao seu último ano de junior na forma ideal para poder igualar os feitos de Mónica Rosa, Inês Monteiro ou Jéssica Augusto (todas medalhadas enquanto juniores nesta competição). Os crosses que realizou em Espanha, contra seniores, demonstra bem o seu estado de forma e fez nascer naturais expectativas.
Pela forma como Lia Lemos correu a prova de seleção no Parque da Bela Vista, vencendo folgadamente, é expectável uma conclusão no top-20. Mariana Machado e Lia Lemos serão acompanhadas pelas estreantes Bárbara Neiva e Mónica Silva (que deverão fechar a equipa) e, ainda, Cátia Pereira e Camila Gomes.
Às 10h55 terá lugar a prova dos Sub23 Masculinos. Na prova de seleção no Parque da Bela Vista, Isaac Nader e Alexandre Figueiredo estiveram sempre juntos desde o tiro de partida até à meta, destacando-se dos seus outros colegas sub-23. No entanto, pareceu que Isaac Nader chegou mais confortável à meta, prevendo-se assim que possa ser o melhor português neste escalão.
Ricardo Ferreira deverá fechar a equipa (sem grandes aspirações), que conta também com o estreante Cristiano Borges e os regressados Jorge Moreira e Filipe Vitorino.
Pelas 11h30 será a vez dos Sub23 Femininos. Num escalão em que Portugal tem tido, historicamente, dificuldades em obter resultados relevantes nesta competição (em 2018 a melhor foi Lília Martins na 42ª posição), esperemos que o fator casa inspire as atletas a superarem-se.
Com metade desta equipa sub-23 feminina a estrear-se nesta competição, o melhor resultado deverá vir precisamente de uma estreante, Joana Ferreira, já que, há duas semanas atrás, venceu destacadamente a prova de seleção no Parque da Bela Vista.
Beatriz Rodrigues, Manuela Martins, Sara Duarte, Lília Martins e Sara Monteiro aproveitarão certamente o apoio para conseguir fazer o mínimo de pontos possíveis e obter a melhor classificação coletiva dos últimos anos.
Na Estafeta Mista, às 12h05, teremos Salomé Afonso, Patrícia Silva, Paulo Rosário e Luís Monteiro. Esta é uma prova que é… uma incógnita porque depende do “mix” que as outras seleções terão. Uma coisa é certa, a equipa portuguesa apresenta-se mais forte do que a do ano passado.
Nos Seniores Masculinos o grande nome português a ter em conta é o campeão nacional de Cross Longo de 2018 e 2019, Rui Teixeira. Regressa a um Europeu de Corta-Mato após 8 anos (em 2011 foi 19º) no percurso onde se sagrou campeão nacional em 2019. Se estiver ao seu melhor nível, poderá pensar num top-10, numa competição recheada de nomes sonantes.
Miguel Marques (45º em 2018) e André Pereira (49º em 2018) acabaram juntos na prova de seleção no Parque da Bela Vista e têm de sonhar melhorar os resultados do ano anterior. O 4º lugar da equipa deverá ser ocupado pelo mais experiente Hugo Almeida (53º em 2016 e 54º em 2017), com Paulo Barbosa e Luís Saraiva a fazerem as suas estreias.
Pelas 13h20, na última prova do programa, Seniores Femininos,pode acontecer uma bela surpresa…
Ana Dulce Félix foi 4ª em 2009, 3ª em 2010, 2ª em 2011 e 2012, e 3ª em 2013. Desde então, não voltou ao Campeonato da Europa de Corta-Mato. Voltará este ano “em casa” e, apesar dos 37 anos completados em outubro, a sua familiaridade com o pódio fará tremer as suas adversárias e proibe que alguém a descarte da luta pelas medalhas.
Salomé Rocha, que tem sido a melhor portuguesa em Campeonatos Europeus de Corta-Mato (desde que Dulce Félix se ausentou), mostrou-se em forma nas últimas semanas, devendo apostar num top-10.
Susana Francisco, num patamar mais baixo do que as suas duas colegas, terá a díficil tarefa de pontuar o menos possível no meio da elite europeia, para que Portugal possa subir a um lugar de pódio nesta categoria, algo que não acontece desde 2011.