Essa aproximação e o entendimento cada vez mais cúmplice foram afirmados pelos presidentes das duas câmaras municipais que promoveram o evento, o independente Rui Moreira e a socialista Luísa Salgueiro, na sessão de encerramento da Porto Design Biennale.
Na sessão, que decorreu ao final da tarde de domingo no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, o curador-geral da iniciativa, José Bártolo, fez um balanço desta primeira edição, iniciada em 19 de setembro e que ocupou 37 espaços dos dois concelhos ao longo de 81 dias com seis dezenas de iniciativas, desde conferências a visitas guiadas, de exposições a workshops. A Porto Design Biennale, que suscitou atenção internacional e atraiu também 25 jornalistas estrangeiros, registou 65 mil visitas ao sítio na internet e um alcance de 320.000 utilizadores na página no facebook.
“Optimismo”, “mostrar o que temos de melhor” e “buscar o benefício coletivo” foram três ideias-chave apontadas por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto e do “board” da Porto Design Biennale, sublinhando que esta associação entre os municípios do Porto e Matosinhos vem na sequência da estratégia que tem envolvido também Vila Nova de Gaia e que privilegia cultura e desporto, entre outros domínios.
Ideia que, de resto, teve entre os seus impulsionadores também o ex-presidente de Matosinhos Guilherme Pinto e o ex-vereador da Cultura do Porto Paulo Cunha e Silva, como recordou Rui Moreira para defender que está à vista “o fim das guerras políticas” que separavam os concelhos da Área Metropolitana do Porto com base na formação político-partidária que liderava cada autarquia.
Aliás, o presidente da Câmara do Porto salientou que a decisão de criar a Porto Design Biennale foi tomada em época eleitoral autárquica, mas “tanto eu como a Luísa [Salgueiro] não queríamos que fosse entendida como uma ação eleitoralista”. Com esse objetivo também conseguido, Rui Moreira afirmou que “hoje, quando falamos das nossas cidades, estamos a falar de uma”, ou seja, as diferenças políticas, partidárias e geográficas estão esbatidas ao ponto de a Área Metropolitana do Porto ser tendencialmente vista e assumida como uma unidade urbana.
Tal importância dos projetos intermunicipais conjuntos foi igualmente destacada por Luísa Salgueiro, que falou do desporto e da cultura mas apontou também o design como “uma forma de chegar mais além”, nomeadamente em termos de promoção de Portugal.
Entendido pelos dois autarcas que a estreia da Porto Design Biennale conquistou para o design um estatuto mais elevado, a preparação da próxima edição está já a ser preparada com a ESAD – IDEA, que assegurou a organização executiva, de modo a tornar este setor um dos que seja encarado como característico destas cidades e valorizado pelo setor empresarial e político numa perspetiva transversal que vai da cultura à economia.