A missão do NRP Sagres é reeditar a viagem realizada por Fernão de Magalhães, realizada há 500 anos, numa rota que a levará por 23 portos e 20 países diferentes, visitando 12 cidades da Rede Mundial de Cidades Magalhânicas.
A cerimónia da partida realizou-se ontem, pelas 11h30, no terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, e foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez a entrega solene ao comandante do NRP Sagres, Maurício Camilo, da bandeira nacional que será usada pela delegação portuguesa na abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, no mês de julho.
“Estamos a viver um momento histórico, irrepetível e singular porque estamos a celebrar o passado, a afirmar o presente e a construir o futuro”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando “Estes homens, estes marinheiros de Portugal durante um ano irão percorrer o caminho percorrido há cinco séculos. Irão reviver a história de Portugal e do mundo”.
Esta passagem por Tóquio, será um pequeno desvio que o navio-escola Sagres irá realizar para entregar a bandeira portuguesa à delegação olímpica na capital japonesa, onde, numa primeira fase, o navio se vai apresentar como “a Casa de Portugal”.
“E a bandeira nacional hoje entregue será, daqui por alguns meses, recebida em Tóquio e lá estarei nesse momento, em representação de Portugal. Será recebida pela nossa delegação olímpica e traduzirá a projeção da nossa juventude, do nosso desporto, do espírito olímpico vivido por Portugal num encontro de todo o mundo”, afirmou.
Na cerimónia, estiveram ainda presentes João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, Ricardo Serrão Santos, ministro do Mar, e Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional e o presidente do Comité Olímpico, José Manuel Constantino.
A viagem que hoje se iniciou levou um período de preparação superior a um ano e meio, envolvendo aspetos logísticos, a organização dos materiais, do navio e dos próprios marinheiros, tal como referiu o comandante do navio-escola.
Maurício Camilo admitiu a possibilidade de ao longo da viagem terem de enfrentar “situações anómalas”, decorrentes das alterações climáticas, mas ressalvou que a tripulação está “preparada para isso” e que um dos principais pontos críticos será a travessia do Estreito de Magalhães.
Maurício Camilo referiu ainda a outra “missão” desta viagem, “Esta é a primeira vez […] que o navio vai ter projetos científicos a bordo. Basicamente, vamos medir o estado dos oceanos e da atmosfera”, avançou o comandante.
A tripulação da Sagres é composta por 142 elementos, entre os quais quatro mulheres, bem como 50 instruendos da Aporvela — Associação Portuguesa do Treino de Vela e dois investigadores do projeto SAIL, para além de no decorrer da viagem embarcarem cadetes da Escola Naval para realizarem a sua viagem de instrução.