O Museu de Lisboa decidiu voltar a mostrar as famosas Galerias Romanas, que se escondem debaixo das ruas de Lisboa e dos edifícios pombalinos. Desta vez, devido à pandemia, a visita será feita de forma virtual, através de um link que será disponibilizado a partir das 10:00 da manhã de sexta-feira, dia 17, no Facebook e no ‘site’ do Museu de Lisboa.
Este trabalho 3D é realizado pela imARCH. “Uma recriação digital, também chamado um gémeo digital, do espaço com um equipamento próprio para visitas 3D”. O equipamento “usando feixes ultravioletas, consegue fazer múltiplos ‘scans’ do espaço, plano a plano”, explicou Joana Sousa Monteiro, diretora do Museu de Lisboa.
De acordo com esta responsável, é possível “uma visualização mais demorada”, “slide a slide”. Há vários pontos do percurso assinalados e com “legendas que explicam em português e em inglês o que é cada parte, cada sítio, o tipo de abóbada com cofragem de madeira, uma boca de poço, um sítio onde houve determinadas escavações nos anos 1990 e que revelou algumas coisas importantes para o monumento”.
A visita virtual, ficará permanentemente disponível no Site do Museu de Lisboa e poderá ser visitada sempre que se pretender. Fisicamente, a outra altura em que se podem visitar as galerias é no final de setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.
Sobre as Galerias Romanas de Lisboa
Esta estrutura romana, descoberta no subsolo da Baixa de Lisboa, em 1771, na sequência do Terramoto de 1755 e posterior reconstrução da cidade. Tem sido objeto, ao longo do tempo, de múltiplas interpretações quanto à sua função original. Atualmente, teses quase unânimes avançam a possibilidade destas galerias terem sido um criptopórtico. Contudo, a descoberta de uma inscrição consecratória a Esculápio, Deus da Medicina, que se encontra atualmente no Museu Nacional de Arqueologia, poderá ser a confirmação do carácter público deste edifício. A inscrição está feita em nome de dois sacerdotes do culto imperial e em nome do Município de Olisipo, gravada numa das faces de um bloco de calcário e datada do séc. I a.C.
No início do séc. XX, estas galerias ficaram conhecidas como as “Conservas de Água da Rua da Prata” por serem utilizadas pela população como cisterna. O monumento romano, quando se encontra fechado, tem um nível de água superior a um metro de altura, proveniente de lençóis freáticos que correm por baixo de Lisboa, havendo por isso necessidade de uma operação de bombeamento da água para possibilitar a visita ao seu interior e ainda uma limpeza posterior para que as visitas se realizem em segurança.
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