Na sequência das declarações do Comissário Europeu do Ambiente, onze organizações do setor, lideradas pela COPA / COGECA e FEFAC, solicitaram à Comissão Europeia um desmentido às afirmações de Virginijus Sinkevičius.
Contrapondo as declarações de Sinkevičius, os parceiros da cadeia de produção pecuária da EU, destacaram a contribuição essencial dos criadores de gado e agentes da cadeia de valor, para garantir a segurança alimentar aos cidadãos da EU.
Neste difícil período de gestão de crise provocada pela COVID-19, o papel do setor pecuário é imprescindível para fornecer uma nutrição equilibrada a milhões de consumidores.
A Plataforma europeia solicitou à Comissão da UE (DG SANTE) que reforçasse os esforços para fornecer informações com base em evidências científicas disponíveis, sobre o alto nível de biossegurança nas explorações pecuárias, exigindo ainda investigações e medidas adicionais.
Após a comunicação pública do comissário europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius, a DG SANTE explicou que está a dialogar com os gabinetes do comissário europeu do Ambiente e a comissária europeia da Saúde e segurança dos alimentos, Stella Kyriakides, de modo a evitar futuras falhas de comunicação.
Pëkka Pesonen, Secretário-geral da COPA / COGECA, sublinhou que a declaração do Comissário Europeu para o Ambiente, foi um golpe na DG SANTE que pode destruir o que esta comissão e o setor pecuário construíram ao longo dos últimos 20 anos.
DG SANTE e o setor pecuário
O objetivo da parceria entre a DG SANTE e o setor pecuário é garantir a segurança na cadeia pecuária. Após a BSE, outras crises de segurança alimentar como as dioxinas, incluindo o conceito One Heath, têm sido alvos da parceria.
A DG SANTE deve proteger e defender o seu trabalho anterior em prol da segurança alimentar. O setor pecuário pode fornecer evidências e informações claras sobre os altos níveis de padrões de alimentação e segurança alimentar. Nesses padrões incluem-se medidas de biossegurança implementadas na atividade de criação de animais e de toda a cadeia de valor.
A DG SANTE comprometeu-se a abordar a questão nas perguntas e respostas revistas dedicadas aos animais e ao COVID-19.
Fatos sobre a produção de animais
Os fatos atualmente conhecidos sobre a produção de animais, seus produtos alimentícios e COVID-19 são os seguintes:
- De acordo com o estado atual do conhecimento, os animais usados para a produção de carne não podem ser infetados com SARS-CoV-2. São, portanto, incapazes de transmitir o vírus aos seres humanos pela via do consumo. (fonte: BfR)
- Até ao momento, os resultados preliminares de estudos sugerem que aves e suínos não são suscetíveis à infeção por SARS-CoV-2. (fonte: OIE)
- Atualmente, não há evidências de que os alimentos sejam uma fonte ou via provável de transmissão do vírus. (fonte: AESA)
- Atualmente, não há evidências que sugiram que animais infetados por seres humanos desempenhem um papel na disseminação da COVID-19. Os surtos humanos são causados pelo contato de pessoa para pessoa. (fonte: OIE)
- Embora haja investigações em curso sobre uma possível origem animal do novo coronavírus (SARS-CoV-2), a disseminação e o desenvolvimento da atual pandemia humana devem-se à transmissão de humano para humano. Não há evidências atuais de que os animais desempenham um papel na disseminação do COVID-19. (fonte: FAO)