De 27 de agosto a 13 de setembro, a Feira do Livro de Lisboa (FLL) celebra 90 anos com uma edição realizada em condições muito especiais. O Parque Eduardo VII recebe uma vez mais o icónico evento que promove, desde há nove décadas, a importância da literatura na comunidade e fomenta o gosto pela leitura entre miúdos e graúdos. Mesmo em ano de pandemia e num natural contexto de incerteza económica, editores e livreiros não hesitaram em participar na 90.ª edição da FLL, tornando-a na segunda maior até ao dia de hoje, superando a edição de 2018 em número de pavilhões (310), igualando-a em participantes (117) e aumentando as marcas editoriais (chancelas) presentes (638). A Feira do Livro de Lisboa celebra assim os seus 90 anos com a maior oferta editorial de sempre.
De forma a mitigar a propagação da COVID-19, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), coorganizadora da Feira do Livro, em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa, adaptou o formato desta edição com o objetivo de aumentar os espaços de circulação e assegurar o distanciamento recomendado entre as pessoas. Para o efeito, a organização optou por dispensar infraestruturas consideradas não essenciais e apostar na realização de atividades ao ar livre.
Neste sentido, o Auditório Principal da Feira é, este ano, um espaço aberto e o recinto disponibiliza ainda dois novos auditórios, também ao ar livre, que se encontram afastados das alamedas de circulação, junto ao passadiço, onde serão realizadas algumas das atividades previstas na programação do evento.
A redução do número de espaços de restauração – tendo a organização privilegiado os formatos que promovem o consumo on the go -, a eliminação de lugares sentados nas praças (com exceção para os auditórios), a delimitação de zonas de entrada e saída e o controlo de acessos ao recinto, são algumas das medidas implementadas com vista a promover a segurança de expositores e visitantes. Com o mesmo objetivo, para garantir que pode assistir às diversas atividades promovidas pelas entidades participantes – apresentações de livros, lançamentos, palestras, workshops, sessões de autógrafos – a organização recomenda a inscrição prévia junto das respetivas editoras.
“Exigente todos os anos, esta edição foi um desafio acrescido no que diz respeito à sua organização, para garantir que os visitantes se sintam seguros com todas as medidas introduzidas. As pessoas vão encontrar uma feira mais ‘arejada’, com alamedas mais amplas, um espaço pensado para obter circuitos de circulação mais fluídos”, afirma João Alvim, Presidente da APEL.
Nas entradas e um pouco por todo o recinto, nomeadamente nos pavilhões dos expositores, podem ser encontrados dispensadores de álcool gel. Será obrigatório o uso de máscara em todo o recinto, tanto por expositores, como pelo público visitante.
Entendeu ainda a organização adotar critérios de prudência sanitária tendo sido estabelecida uma lotação inicial de 3300 pessoas em simultâneo no recinto – um número conservador e com uma ampla margem de segurança para aquelas que são as recomendações da DGS, de um distanciamento social de 2m entre pessoas. No decurso do evento, a lotação poderá ser ajustada, por acordo e sob as orientações da Proteção Civil da CML.
Destaques Feira do Livro de Lisboa 2020
Com mais de 800 atividades previstas no seu Programa Cultural, a 90.ª edição da Feira do Livro de Lisboa mantém as iniciativas implementadas com sucesso nas edições anteriores.
A Hora H continua com os descontos mínimos de 50% em livros lançados há mais de 18 meses, funcionando entre segunda e quinta-feira, na última hora da Feira, ou seja, entre as 21h00 e as 22h00.
O evento continua também a contar com parceiros de longa data, como é o caso das BLX (Bibliotecas Municipais de Lisboa), responsáveis pelo desenvolvimento da programação cultural, com especial incidência na promoção de iniciativas destinadas ao público infantil, às famílias e às escolas.
Em linha com o compromisso de uma feira mais amiga do ambiente, a FLL junta-se novamente a um dos seus parceiros para a sustentabilidade, a The Navigator Company, para a disponibilização de 30.000 sacos de papel reutilizáveis, constituindo um suporte natural, renovável, reciclável e biodegradável.
Outra das prioridades do evento continua a ser acessibilidade a quem tem mobilidade reduzida. Neste sentido, estarão ao dispor de quem necessitar, no pavilhão de informações sul da APEL, cadeiras de rodas cedidas pela Santa Casa da Misericórdia. Quem optar por um transporte amigo do ambiente, terá um parque extra para estacionar as bicicletas.
O Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul promoverão ainda uma ação de educação ambiental enquadrada na sua campanha de sensibilização “Vamos salvar os cavalos-marinhos da Ria Formosa”, através de diversas sessões de leitura do conto “O Xerife da Ria Formosa”.
Uma das instituições que continua a enriquecer a agenda da Feira é a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). No ano em que os Ensaios da Fundação celebram 10 anos, a instituição promoverá 15 debates sobre temas fraturantes da sociedade portuguesa e do que a rodeia e que têm como ponto de partida livros da Coleção da Fundação, que serão apresentados em primeira mão.
Já a Santa Casa da Misericórdia volta a trazer ao Parque Eduardo VII diferentes sonoridades. A terem lugar, na sua maioria, no Auditório Sul, estão programados diversos concertos com música dos mais variados estilos. Desde o saxofonista Mark Cain, que traz ambientes de jazz/smooth e nu-jazz acompanhados por saxofone, até Matay, movido pela força do gospel e influenciado pelo soul, e passando ainda pelo “Concerto Entressonhar” do projeto GEO, a música vem animar os diferentes dias edição e celebrar os 90 anos da Feira do Livro de Lisboa.
A APOIAR (Associação Portuguesa de Apoio a África) estará também presente nesta 90ª edição da Feira do Livro de Lisboa, com uma venda ao público de acessórios africanos, cujo valor das vendas reverterá a favor das iniciativas daquela associação.
É ainda no decorrer desta edição que terá lugar a 5.ª edição do “Prémio Literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa”, com a presença do autor premiado, júri, editor parceiro e convidados.
Hora do Conto e muitas atividades para todas as pessoas
Por iniciativa da APEL e das Bibliotecas de Lisboa, todas as pessoas podem voltar a aventurar-se nos espaços da BLX, onde são dezenas as iniciativas para crianças e jovens, como a hora do conto, que acontece de segunda a sexta sempre às 17 horas, e ainda apresentações de livros, leituras encenadas, debates, apresentação de projetos e sessões de música e de dança.
Neste espaço com cerca de 60 m², haverá gel desinfetante e aproximadamente 30 lugares sentados (cumprindo as distâncias de segurança recomendadas), para todos assistirem comodamente às atividades.
Painel de debates da Fundação Francisco Manuel dos Santos
No ano em que os Ensaios da Fundação fazem 10 anos, a parceira cultural da FLL, irá promover 15 debates sobre temas atuais, com relevância para a sociedade portuguesa, e retratados nos livros que irá apresentar em primeira mão. Das regras de isolamento impostas durante o confinamento, ‘Quem nos dá a mão quando estamos isolados?’, um retrato fotográfico do Humberto Brito com textos de Djaimilia Pereira de Almeida, que contará com a participação da socióloga Luísa Lima; passando pelas constantes nomeações na administração pública ‘Até quando jobs for the boys e boys for the jobs?, às questões que rodeiam a banca ‘O que nos deve a banca, e o que lhe devemos a ela?’, tendo como ponto de partida um livro de Jorge Braga de Macedo, Nuno Cassola e Samuel Rocha Lopes, e que traz os comentários da ex-Ministra das Finanças, Maria Luísa Albuquerque, são muitos os convites à reflexão realizados pela Fundação.
Dê nova vida ao Livro: um final feliz para todos os livros
De regresso está também a missão “Doe os seus Livros”, uma iniciativa da APEL e do Banco de Bens Doados (BBD) que desafia os visitantes a doar os livros novos ou usados que não queiram guardar (há um pavilhão específico, junto à entrada Sul do Parque Eduardo VII) para que estes possam ganhar novos leitores. Os livros são encaminhados para as crianças apoiadas por Instituições, que integram a rede do BBD, despertando os jovens e, em especial os mais carenciados, para a magia da leitura. Os livros cujo estado não permite a reutilização são encaminhados para a Campanha Papel por Alimentos. De relembrar que, em 2019, esta iniciativa permitiu angariar 10.819 livros, 2500 dos quais manuais escolares.
Estas iniciativas e todas as que integram o Programa Cultural da Feira do Livro de Lisboa, bem como o Mapa do Recinto, podem ser consultadas no renovado site da Feira do Livro de Lisboa, o qual irá ter pela primeira vez uma nova secção dedicada aos livros apropriados para ambliopes e invisuais que estarão à venda no evento.
Horário da Feira:
- segunda a quinta-feira – das 12h30 às 22h00;
- sexta-feira – das 12h30 às 00h00;
- sábado – das 11h00 às 00h00;
- domingo – das 11h00 às 22h00.