Para apresentar “Espaço de Abandono”, o Lounge D do Casino Estoril, acolheu no passado dia 27, José Manuel Frazão. O seu novo álbum de fados, reúne dois temas inéditos e oito clássicos bem conhecidos do público, interpretados agora por esta nova voz do fado.
Este álbum de fados, é a concretização de um sonho de uma vida e José Manuel Frazão, pretende com ele transmitir a mensagem “de que nunca é tarde para se realizar os nossos sonhos”.
A vontade de realizar esse sonho tão antigo, ganha força, quando durante o confinamento se juntou com um amigo de infância, Lelo Nogueira, músico e produtor de fado, e lhe perguntou se a sua voz ainda podia ser cantada. O talento foi reconhecido pelo produtor que lhe disse, depois de o ouvir cantar o fado – tens a alma clássica do fado, vamos gravar um disco! -. E o sonho tornou-se realidade.
No alinhamento destacam-se os temas “Espaço de Abandono” com um poema escrito pelo seu Pai, António Frazão, e que dá nome ao álbum, e “Quadras Soltas” baseado em poemas de Fernando Pessoa.
Este disco é uma homenagem profunda às suas raízes, um despertar da sua voz que ficou nos bastidores para dar prioridade a responsabilidades que a vida lhe trouxe.
Nascido em 1949 no centro da Parede, na linha de Cascais, José Manuel Frazão, nasceu com o fado no sangue. O avô, Manuel Frazão, tinha como passatempo cantar o fado vadio, enquanto o pai, António Frazão, vivia o fado como autor e intérprete.
Foi ele a grande influencia dos seus filhos homens, Alcino Frazão, Carlos Zel e José Frazão que á noite o acompanhavam às casas de fados de Cascais, casas que lançaram grandes fadistas em Portugal como O Galito, O Estribo, O Tabuinhas, O Arreda, Cartolas e Kopus Bar, algumas hoje já extintas.
No palco do Lounge D, após José Pires de Lima e a filha Rita Frazão usaram da palavra, para fazerem o enquadramento do álbum “Espaço de Abandono” no percurso de vida de José Manuel Frazão, o próprio revelou ainda que para além de este álbum ser uma grande realização pessoal é também um legado que quer deixar às filhas, Luisa, Raquel e Rita Frazão, “ao deixar viva a sua voz nos seus corações, que sentiu o momento a chegar e nessa inquietação se manifestou em poesia”.
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