Duas noites memoráveis, as de ontem e da passada 2ª feira – Samuel Úria apresentou no Teatro Maria Matos “Canções do Pós-Guerra – Solo”, uma apresentação preparada a propósito da publicação da edição especial de “Canções do Pós-Guerra”, o disco lançado no ano passado e que mereceu recentemente uma revisão pelo músico com a inclusão de 6 novas gravações registadas a solo durante o recente confinamento.
Com a sala lisboeta lotada, Samuel Úria apresentou-se “em solitário” percorrendo a sua discografia dando primazia às canções incluídas em “Canções do Pós-Guerra”.
Como é vulgarmente referido, em palco Samuel Úria nunca desilude, com banda ou a solo, estão garantidos momentos de intimidade e de explosão, e as noites de dias 3 e 4 foram disso testemunha: logo a abrir, “Cantiga de Abrigo”, o tema composto para Ana Moura que marcou a toada da noite, num apelo colectivo à comunhão; a passagem pelas sonoridades do banjo com “Espalha Brasas” ou “Sinais”, a canção feita a meias com Hélder Gonçalves dos Clã; a revisita a “Fica Aquém”, desta feita em registo “canção de intervenção” em que um melómano anglo-saxónico reconheceria as almas de Joe Strummer ou de Billy Bragg; também em registo acústico na versão de “Amor Conforme” da sua cúmplice de anos Márcia; ou ainda, apelando à electrónica analógica do saudoso Casiotone, com “Mãos” ou “É Preciso Que Eu Diminua”; e, um dos momentos da noite, “Choro”, a adaptação para português do clássico de Roy Orbison, “Crying”.
“Canções do Pós-Guerra – Solo” segue agora para o Porto para apresentações no CCOP no dia dia 6 e 7 de Maio. As sessões nocturnas estão já esgotadas havendo ainda alguns lugares disponíveis para a matinée de dia 7 que terá início às 18H30.