Fórum do Antropocénico no Museu do Côa – Centro Ciência Viva: Alterações climáticas, migrações, segurança, “ilhas de plástico”, desequilíbrios no acesso aos recursos, falta de água, subida dos oceanos, extinção de espécies, fogos, epidemias. Estas são expressões que se tornaram comuns no nosso dia a dia e que, como cidadãos, incluímos no nosso dicionário. Mas sabemos como definir o impacto humano numa escala geológica? E como queremos dialogar, enquanto sociedade, com o nosso planeta?
O Museu do Côa – Centro Ciência Viva acolhe o Fórum do Antropocénico nos próximos dias 15, 16 e 17 de junho, precisamente para debater estes assuntos. No vale onde os nossos antepassados deixaram há 25000 anos a sua marca identitária, daremos continuidade ao diálogo que eles iniciaram na pedra sobre a relação entre a humanidade e a natureza mediada, então, pela arte e hoje, fundamentalmente, pela ciência e pela tecnologia.
No dia 15, o debate será essencialmente científico, destacando-se a participação de um conjunto excecional de investigadores de referência internacional de várias áreas, da arte à história, da geologia à museologia. Destaca-se a oportunidade de ouvir dois membros do Anthropocene Working Group (2009) a quem cabe a responsabilidade de fornecer provas convincentes para que o Antropocénico seja formalmente ratificado pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) como uma época geológica.
No dia 16, o Antropocénico será abordado do ponto de vista político, ou seja, o que pode a União Europeia fazer em termos de debate, de legislação e de diplomacia para agir sobre os problemas planetários decorrentes de uma presença desregulada da humanidade no planeta. Destaca-se a medida do governo português de criação do Observatório do Antropocénico, que ficará sediado no Museu do Côa – Centro Ciência Viva e trabalhará em estreita colaboração com outras instituições europeias, nomeadamente o grupo Anthropocene Formations do Max Plack Institute for the History of Science, criando pontes para uma maior participação da lusofonia.
Finalmente, o dia 17 será aberto à comunidade, com a participação de entidades locais, cuja atividade está centrada na divulgação da cultura científica e preservação dos valores ambientais e sociais, e ativistas. Destacamos a participação da Plataforma Ciência Aberta – Centro Ciência Viva Associado, a Rewildening Portugal e o Movimento Beira Serra.
Durante todo o evento estará aberta ao público uma exposição em torno do Antropocénico pelo coletivo Guarda Rios.
O Fórum do Antropocénico é organizado no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, e está integrado num conjunto de iniciativas que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está a organizar sobre este tema.