Na sua estreia nos Jogos Olímpicos, Pedro Pichardo dominou totalmente a competição: foi o melhor no apuramento e na final, logo ao primeiro salto, chegou à liderança, que nunca mais perdeu. Nesse salto, o atleta do Sport Lisboa e Benfica chegou aos 17,61 metros (vento: +0,4 m/s). Ainda era muito cedo para o saber, mas seria suficiente para ser campeão olímpico. O que mais perto, o argelino Yasser Mohamed Triki, saltou 17,30.
No ensaio seguinte, Pichardo repetiu a marca (17,61 m) e ficou a ver a concorrência lutar pelas medalhas, primeiro o chinês Yaming Zhu, depois Hughes Fabrice Zango, e também o norte-americano Will Claye. Ao terceiro salto, resolveu a questão: 17,98 metros (vento nulo), estava batido o recorde de Portugal (o anterior era dele, de 17,95 m), alcançada a melhor marca mundial do ano ao ar livre, e o terceiro salto mais longo de sempre das finais olímpicas, depois dos 18,17 ventosos de Mike Conley em 1992 e dos 18,09 (recorde olímpico) de Kenny Harrison em 1996.
Na final, medalha de prata para o chinês Yaming ZHu, com 17,57 m (recorde pessoal) e o bronze foi para Hughes Fabrice Zango, do Burkina Faso (17,47 m), que tinha alcançado a medalha de bronze nos mundiais de 2019, impedindo o pódio a Pichardo.
Esta final do triplo foi impressionante com seis dos sete primeiros a conseguirem as suas melhores marcas do ano ou de sempre!
Final – Triplo-salto | |||||
1 | Pedro PICHARDO | POR | 17.98 | NR | 0.0 |
2 | Yaming ZHU | CHN | 17.57 | PB | +1.7 |
3 | Hugues Fabrice ZANGO | BUR | 17.47 | -0.2 | |
4 | Will CLAYE | USA | 17.44 | SB | +0.4 |
5 | Yasser Mohamed TRIKI | ALG | 17.43 | NR | +1.0 |
6 | Necati ER | TUR | 17.25 | SB | +0.3 |
7 | Donald SCOTT | USA | 17.18 | SB | +1.1 |
8 | Yaoqing FANG | CHN | 17.01 | +0.7 |
No final, nas entrevistas rápidas, Pedro Pichardo considerou ser um “privilégio sagrar-se campeão olímpico por Portugal. Um país que me acolheu e cuja melhor forma de agradecer é vencer por esta bandeira”.
“Tenho recebido muitas mensagens, especialmente antes da prova, que me deixaram mais tranquilo. Vim para a final tentar fazer muito, não penso que haja limites. Agora estou mais feliz, já sou campeão olímpico. Antes da final, afirmei que queria alcançar o que estava na minha cabeça, e agora posso dizer que pensava saltar 18,40 metros. Mas no aquecimento senti uma dor que não me deixou confortável. Ainda assim, consegui saltar para ganhar a medalha de ouro. Agora que cheguei a campeão olímpico quero mais e alcançar o recorde do Mundo”, afirmou o atleta, grato pelo acolhimento de Portugal, “país onde ficarei para sempre, não regressarei a Cuba”.
Pedro Pichardo subirá ao pódio às 10h45 desta manhã, onde se ouvirá a Portuguesa, pela quinta vez na história dos Jogos Olímpicos.