A peça “Insónia”, protagonizada por Fernando Mendes, que se tem revelado um sucesso de bilheteira, vai subir aos palcos, nos próximos dias 20 e 21 de agosto na Povoa do Varzim e dias 31 de agosto e 1 de setembro em Lagoa (Algarve).
Fernando Mendes, dispensa apresentações, podendo afirmar-se que não há um português que não saiba quem é o apresentador que há cerca de 18 anos faz do “Preço Certo”, um programa líder de audiências no canal público em horário nobre.
Mas Fernando Mendes é bem mais que o apresentador do “Preço Certo”. Ator desde os 17 anos, estreou-se no Teatro ABC em 1980 com a peça Reviravolta ao lado de Eugénio Salvador e Florbela Queiroz, e desde então não mais parou de fazer rir os portugueses.
No que diz respeito à televisão, a sua estreia deu-se no ano de 1984, na RTP, com a telenovela Passerellne. Mas não é neste registo que se sente como peixe na água e num volte-face a sua carreira ficou marcada pelas suas participações em séries cómicas como Nico d’Obra (1990), com Nicolau Breyner, e Nós os Ricos (1996), com Rosa do Canto.
Imensamente acarinhado pelo público, Fernando Mendes volta agora a subir aos palcos, com a peça “Insónias” que desde 2018 tem apresentado por muitas terras de Portugal e que se tem revelado um sucesso de bilheteira.
Em “Insónia”, Fernando Mendes, encarna na pessoa de Custódio Reis, um vendedor de vinhos e licorosos, que vive com a corda no pescoço, tanto financeiramente, como familiarmente. É o comum português de classe média, que vive afogado em dívidas e créditos.
Custódio encontra-se à beira do divórcio, porque a mulher, Sónia, esgotou de vez a sua paciência para com um marido que é cada vez mais um falhado e um tipo sem rumo ou grandes objetivos de vida para além de comer, beber e dormir.
A personagem que Fernando Mendes retrata, é um marido ausente e um pai ainda mais. Não tanto por falta de amor, mas mais de energia… Custódio sente-se cansado, pesado e sem paciência. A única ginástica que faz é financeira e a pouca pachorra que ainda vai tendo é para o trabalho. Aos dezassete anos começou a trabalhar como padeiro. Hoje em dia, vende vinho, mas, na verdade, é quase tanto aquele que bebe como aquele que vende. Até gosta do que faz e acha-se entendido em vinhos, não o sendo verdadeiramente.
É, em boa verdade, um tipo sem grande profundidade intelectual e sem grandes teses filosóficas. Por sua vez, é desenrascado e tem lábia de vendedor. O típico português de café que fala de tudo sem dizer quase nada.
Certa noite, Custódio, que sempre teve preguiça de pensar muito na sua vida, pára para pensar e ao contrário de passar a noite a ressonar, como é seu hábito, não consegue dormir. Tem uma terrível insónia, onde vai questionar tudo na sua vida e tentar encontrar soluções. Só que, por mais que grande parte dos seus problemas tenham soluções óbvias, para um homem que toda a vida foi assim, a mudança não parece fácil.
Assistimos, então, a uma hilariante crise interior pela qual, em tempo real, Custódio vai passar, na tentativa de alcançar a paz de alma necessária para que volte a conseguir dormir.
Pelo meio desta ‘Insónia’ vamos assistindo a alguns programas de televisão que Custódio vai vendo para “ver se chama o sono”, onde Fernando Mendes protagoniza momentos muito improváveis com alguns dos seus amigos e colegas de toda a vida.
‘Insónia’, um espetáculo para brincar com coisas sérias.