A corrente de lava do vulcão Cumbre Vieja, em erupção há mais de uma semana em La Palma, Canárias, chegou ao mar numa zona de falésia na costa de Tazacorte, esta madrugada.
Os vulcanólogos vinham a alertar a população para esta possibilidade recomendando que esta se não aproximasse do rio de lava se este entrasse no mar. As recomendações surgiram devido ao facto de a lava, normalmente a mais de 1.00 graus celsius, ao entrar em contacto com a água do mar, entre os 20 e 25 graus celsius, produzir gases tóxicos e partículas nocivas para os olhos, pulmões e pele. Para minimizar o risco, o governo do Arquipélago já havia decretado um perímetro de segurança de 3,5 quilómetros, em terra, e de duas milhas náuticas em redor do ponto previsível de contacto.
En torno a las 00:00h el magma volcánico entró en contacto con el mar en una zona de alcantilados al N de la playa de Los Guirres. Ante la posibilidad de emanaciones de gases nocivos y explosiones se recomienda permanecer en las viviendas en un área de 3’5 km#ErupciónLaPalma pic.twitter.com/518WKKTLz2
— Guardia Civil 🇪🇸 (@guardiacivil) September 29, 2021
Pelas imagens divulgadas pela Guardia Civil, a entrada de lava no mar causou grandes colunas de vapor e gás os quais, devido aos fortes ventos na região, podem implicar num menor risco para a população.
Segundo o El Pais, o prazo para a recuperação das consequências resultantes da entrada de lava no mar, é incerto, mas otimista. Um estudo de 10 anos de uma área afetada por vulcões e publicado em Relatórios Científicos conclui que há “alterações catastróficas na morfologia do fundo do mar, na química da água, na atividade de desgaseificação e nos organismos bentónicos …… Contudo, as mudanças são de natureza transitória, com uma possível recuperação do sistema no prazo de dois anos”.
De recordar que a erupção do vulcão Cumbre Vieja, situado na ilha de La Palma, começou no passado dia 19 de setembro. Não sendo conhecidos feridos ou mortos, até ao momento há a registar a destruição de 656 edifícios e mais de seis mil pessoas retiradas de suas casas. No Arquipélago o cultivo da banana e o turismo, suas principais fontes de receita, encontram-se bastantes afetadas.