“O Massacre” é um documentário que retrata um importante período da história de Portugal, de Santa Maria da Feira e de Arrifana, na época das Invasões Francesas, quando os Arrifanenses foram massacrados pelas tropas de Napoleão, na madrugada de 17 de abril de 1809.
O documentário abrange, pois, essa temática tão dolorosa, mas também relembra a coragem de toda uma população, que apesar de indefesa, utilizou táticas de guerrilha, para combater um exército numeroso, fortemente armado e muito bem treinado.
“O Massacre” será exibido já em dezembro, em local ainda a definir, inserindo-se na programação do projeto de descentralização cultural “Artes em Itinerância”, do Município de Santa Maria da Feira.
A produção está a cargo da Scape Produção de Vídeo Documental e tem direção artística de Carlos Reis. As filmagens decorrem a bom ritmo, na casa senhorial da Família Amorim, no Largo da Guerra Peninsular, em Arrifana, com cenários da época e a participação de habitantes da vila, entre os quais alguns elementos da própria Família Amorim.
De salientar que muitos habitantes de Arrifana, incluindo crianças do Jardim de Infância de Manhouce, enquadradas pela educadora Margarida e a auxiliar Carla, integram o elenco, sendo este um sinal da grande motivação que existe na região e que leva os Arrifanenses a participarem nas atividades da sua vila.
Miúdos e graúdos dão, assim, vida a um importante período da história de Portugal, de Santa Maria da Feira e de Arrifana, retratando as Invasões Francesas e o massacre dos Arrifanenses pelas tropas de Napoleão, na madrugada de 17 de abril de 1809.
Com esta iniciativa a Câmara de Santa Maria da Feira e a Junta de Freguesia de Arrifana, pretendem deixar um legado às gerações vindouras de Arrifanenses e Feirenses, como um marco histórico e cultural, enfatizando as raízes ancestrais dos seus antepassados.
O documentário tem por base a segunda invasão do Porto pelos franceses, no âmbito da Guerra Peninsular, em que o prestigiado tenente-coronel Lameth, francês foi morto em Santiago de Riba-Ul numa emboscada liderada por Bernardo Barbosa Cunha, natural de Arrifana.
Foi em retaliação a esse ataque que o marechal Nicolas Soult – tio de Lameth – deu ordem às suas tropas para rumarem a Arrifana, onde, em 17 de abril de 1809, sob o comando do general Jean Guillaume Thomières, assassinaram 71 pessoas, entre as quais 62 arrifanenses que procuraram refúgio na igreja local.
“O Massacre” trata-se de um projeto financiado no âmbito da candidatura ao Norte 2020 “Santa Maria da Feira, Lugar do Tempo”, e que futuramente será utilizado também a nível didático, nas escolas do concelho.