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Cascais inicia campanha de apoio à Ucrânia

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É no Centro Logístico de Cascais C3, que serviu de apoio à Covid-19, que o Município implementou o abastecimento de bens, que vão ser enviados para os países que fazem fronteira com a Ucrânia (Polónia, Moldávia e Roménia). António Ortiz, é o responsável, e em três dias de campanha já perdeu a conta ao número de pessoas que se deslocaram ao armazém localizado em Alcabideche – Cascais, “começamos a receber muitos donativos e já temos aqui cerca de 12 toneladas, por incrível que pareça começou há três dias e de facto as pessoas tem estado a aderir em massa, estão sempre a chegar carrinhas”. Nesta campanha de apoio à Ucrânia, além deste armazém, há outros locais no concelho de Cascais onde as pessoas podem deixar os bens necessários para o povo ucraniano, “temos uma rede montada no concelho, além deste posto há outros pontos de entrega nas juntas de freguesia e associações de moradores, que posteriormente trazem para aqui”.

É com ajuda de todos os voluntários (muitos ucranianos), que separaram os bens, “temos aqui muitos voluntários que neste momento estão a fazer a separação de todo o material que recebemos, material médico, alimentação, bens de higiene e limpeza, roupa de homem, roupa de senhora, roupa de criança, roupa de cama”, refere.

De entre os voluntários, há uma cidadã de nacionalidade russa. Irina, vive em Portugal há quase três anos. Mas é aqui no nosso país que se sente bem e não pensa em voltar para o país de origem. Assim que soube que podia ajudar não baixou os braços e veio fazer voluntariado, “quero ajudar as pessoas que estão nesta situação de guerra, como podemos ficar em casa de olhos fechados?”, questiona. “É impossível para mim, nós temos também familiares e amigos na Ucrânia, isto é horrível ver cada cidade no leste da Ucrânia já destruída”. Em relação ao futuro da Ucrânia Irina afirma que, “não podemos saber o futuro, Putin é uma pessoa louca, ele é um tirano”.

Mariana, de nacionalidade ucraniana, reside em Portugal há 22 anos. Desde que começou a guerra, vive constantemente em sobressalto. Tem ainda alguns familiares que vivem na Ucrânia principalmente a sua neta de três anos, “tenho os meus pais, sogros, filhos e a minha querida neta de três anos, eles não conseguem sair, têm muito medo todos os dias dormem nas caves com medo dos ataques russos”, recorda emocionada.

Desde que em Cascais começou a campanha de apoio à Ucrânia Mariana, passa todo o tempo disponível no armazém C3 a orientar os restantes voluntários com as doações que vão chegando, “vamos fazendo a separação do que nos é dado”, sem se esquecer a solidariedade do povo português, “esta é a minha segunda pátria, esta grande ajuda do povo português que é muito solidário”.

O primeiro camião parte hoje rumo à Polónia, são cerca de 40 horas de caminho, com a esperança de que as doações feitas em Cascais cheguem e ajudem todos aqueles que estão divididos entre ficar e defender o seu país ou abandonar o local de conflito, TODOS POR TODOS: PELA UCRÂNIA MAIS DO QUE NUNCA.

aNOTÍCIA.pt