Auriol Dongmo assegurou hoje o título de Campeã Mundial de lançamento do peso, nos Mundiais em pista coberta, em Belgrado, com um recorde de Portugal de 20,43 metros!
A recordista nacional entrou logo com uma marca de 19,32 metros e, curiosamente, ao segundo ensaio repetiu a ‘dose’: 19,32 metros. A concorrência ficou em sentido! A norte-americana Chase Ealey lançara a 19,11 metros e a jovem neerlandesa Jessica Schilder mal passara os 19 metros (19,01 m). Ao terceiro ensaio foi nulo para Auriol e a sueca Fanny Roos assustou com (19,22 m)! e Auriol fez outro nulo no quarto ensaio e Schilder passou para as medalhas com 19,46 m! e chegou o assombroso quinto ensaio. A norte-americana Chase Ealey bateu o seu recorde pessoal passando pela primeira vez os 20 metros (20,21 m), levando a portuguesa ao terceiro lugar. Mas a fé de Auriol é grande e a sua capacidade ainda maior e a recordista nacional melhorou em 53 centímetros o recorde de Portugal lançando a 20,43 metros! Melhor marca mundial do ano e o título mundial no ‘bolso’. Que prova!
No final, antes de se enrolar na bandeira, Auriol ajoelhou frente ao setor de lançamentos e benzeu-se. Aos jornalistas, afirmou que “passar os 20 metros pela primeira vez na minha carreira é uma sensação incrível. Sabia que estava pronta para melhoria do meu recorde, pois estava fortemente preparada nesta temporada de inverno. Mas ainda não tinha a certeza de quando seria capaz de realizar esse meu potencial”.
“Finalmente, consegui chegar ao meu melhor resultado na hora certa e no lugar certo”, desabafou, confessando que “esta noite eu senti-me calma e estava realmente confiante. Não tenho palavras para descrever esse sentimento de me tornar campeã do mundo, de voltar ao topo do mundo novamente. Esta vitória vai motivar-me ainda mais a continuar com o peso ao mais alto nível”
Por isso, já com os olhos noutros objetivos, Auriol Dongmo afirmou que o título de Campeã Mundial a motiva “a trabalhar ainda mais duro para chegar ao pódio em Oregon 2022. Eu tinha sonhado com a medalha olímpica no verão passado, mas isso não aconteceu. Eu queria dedicar a minha medalha de Tóquio ao meu treinador, como não o fiz, então tenho a oportunidade de fazê-lo hoje”.
Na mesma prova, Jessica Inchude obteve 17,58 metros logo no primeiro ensaio. Uma marca que a deixou na 12ª posição, sem acesso aos três últimos lançamentos.
Antes das lançadoras, competiu a recordista nacional dos 60 metros. Logo na primeira das três meias-finais, Lorene Bazolo voltou a fazer a marca da manhã (7,24 segundos), mas ficou na oitava posição, sem apuramento para a final.
No final da sua prova, a portuguesa mostrava-se “muito satisfeita com o resultado conseguido. Estava confiante com a marca da manhã e voltei a confirmar estar em bom momento”. Contudo, a atleta revelou que “estes mundiais não eram objetivo inicial. Mas a época correu bem, fomos tendo resultados e então, já que havia essa possibilidade, pensámos estar aqui bem”, disse a atleta que revelou não ter ficado mais descansada, “pois quando entro num campeonato é sempre para dar o meu melhor e hoje foi conseguido. Este é o meu melhor resultado de sempre em mundiais”.
A atleta, já veterana, ‘no papel’, afirma que a idade não quer dizer nada, “o importante é o trabalho que fazemos e o estado de espírito que temos para o enfrentar. Tenho de focar-me nos meus objetivos e ir tão longe quanto possível, assim tenhamos saúde para o conseguir”.