O Teatro Municipal de São Luiz recebeu, no passado dia 8, “Cancões para uma Festa”, espetáculo que deu inicio a uma vasta programação de eventos culturais, no âmbito de LISBOA, CAPITAL IBERO-AMERICANA DE CULTURA 2017. O espetáculo de abertura contou com a participação de três cantoras do universo ibero-americano; Gisela João, Yomira Jonh , do Panamá e de Mariela Condo do Equador.
Três vozes diferentes, com sonoridades distintas, mas sem dúvida, três fortes presenças em palco, que não deixaram o público que assistiu a este espetáculo, indiferente.
Gisela João foi a anfitriã deste concerto. Com ar de menina/mulher, cintilante num bonito vestido curto, que é já a sua imagem de marca, interpretou alguns dos temas do seu último trabalho “ Nua”. “ Fado para esta noite” , “ Meu amigo está longe” “Labirinto” e “ As rosas não falam” foram alguns dos temas que pudemos escutar, terminando com “Mariquinhas” uma versão do fado “ A casa da mariquinhas” celebrizado por Amália Rodrigues.
E Gisela João passou o testemunho a Yomira John, cantora panamiana, criada entre a música tradicional da sua terra a salsa e os boleros. Esta artista negra, alta, com uma farta cabeleira loura, com voz quente, logo contagia o público com a sua alegria e musicalidade.
Foi com os sons quentes, da salsa e dos boleros, que Yomira nos presenteou com temas como “Madre Tierra” “Yo Te Dare”, “Honrar la vida” e “Mama Congo”, esta com raízes africanas.
A dar continuidade ao espetáculo, subiu ao palco, Mariela Condo, cantautora equatoriana, originaria da comunidade indígena de Cacha, no centro do Equador. Com uma herança musical muito forte, já que seus avós e pais fazem parte da história artística daquela comunidade, Mariela, trouxe-nos temas tradicionais da sua terra, com uma bonita sonoridade e grande musicalidade. “kikila”, “ Algo eterno e fugaz”,Duerme Negrito” “ El Trigo Y el Sol”, foram alguns do temos que pudemos escutar.
Coube a Gisela João, encerrar o espetáculo, interpretando, mais uma vez de forma brilhante, dois temas “ Lhorona” e “Volver a Los Diecisiete” de Violeta Parra.
O público estava visivelmente encantado e aplaudiu de pé estas três grandes intérpretes da música latina.
Um belíssimo espetáculo, que abriu com chave de ouro as comemorações de Lisboa 2017, Capital Ibero-Americana da Cultura e que de acordo com Antonio Pinto Ribeiro, programador-geral da Lisboa 2017, foram estes os nomes escolhidos, para o espetáculo, por “Serem mulheres e jovens e, obviamente, terem qualidade artística” prosseguindo “Se por um lado, celebram a juventude que representa a expressão de energia de um continente e que cria expectativas para o futuro. Por outro lado, pelo reconhecimento que estas artistas mulheres, um género muitas vezes marcado pela violência, tiveram em importantes mudanças sociais”