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O Palácio Nacional de Queluz retoma a sua cor original, o azul.

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O Palácio Nacional de Queluz retoma a sua cor original, o azul.


Terminou a primeira fase das obras de recuperação do Palácio e o que ressalta à vista é a cor do Palácio que passou de um tom rosado a azul esmalte. Orçada em cerca de seiscentos mil euros, esta recuperação incluiu a reabilitação dos vãos, cantarias, jardins, coberturas do Pavilhão Robillion e da Sala de Jantar

O Palácio encontrava-se em adiantado estado de degradação, quando em 2012, a Parques Sintra assumiu a sua gestão. A cor original exterior havia sido perdida, apresentando o edifício uma grande diversidade de tons e cores que variavam entre o rosa, o laranja e o amarelo, nos rebocos, e entre tons de verde e de azul, nos vãos.

 Para se apurar da cor original, vários foram os fatores determinantes, pois, segundo a Parques Sintra, “foram encontrados dois vestígios de azul por detrás de bustos, em fachadas distintas, durante uma ação de manutenção nos anos 80/90 do século XX. As análises então realizadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e, mais recentemente já no âmbito deste projeto, pelo Laboratório HERCULES da Universidade de Évora, confirmaram tratar-se de reboco tradicional de cal e areia e pigmento azul claro acinzentado. A observação microscópica de grãos angulares de silício e a identificação do elemento cobalto indicaram a utilização de um pigmento com origem em vidro moído, como o “azul de esmalte” ou “vidro de cobalto” – pigmento nobre utilizado desde a Antiguidade Clássica até meados do século XIX, mas pouco estável quando utilizado em revestimentos de cal: devido a um processo de lixiviação do cobalto e potássio, o azul empalidece. Esta referência à cor “pardacenta” tinha sido feita por um viajante em 1799. A cor azul nas fachadas do Palácio é corroborada por um desenho aguarelado, existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e datado de 1826, que mostra ainda molduras relevadas com painéis de cor amarela nalguns paramentos entre vãos. António Caldeira Pires refere no seu livro sobre a história do Palácio que a cor dos vãos era “verde escuro” e os gradeamentos “a verde”.”