Os carros deram lugar a uma multidão colorida, pronta a participar naquela que é sem dúvida a maior prova portuguesa de atletismo e que contou com o número total de 35 000 participantes.
Esta prova continua a atrair atletas profissionais e amadores de todo o mundo. O presidente do Maratona Clube de Portugal e organizador da prova confirmou a inscrição de 35 mil pessoas de 64 países diferentes e lembra que este é um recorde impossível de bater por motivos de segurança na ponte.
Este ano, (quebrando a hegemonia africana dos últimos anos), o grande vencedor da meia-maratona, foi Jake Robertson, cumprindo o traçado em 1:00.01 horas, menos dez segundos do que o queniano James Mwangi, segundo classificado, enquanto o terceiro lugar foi para outro atleta daquele país africano, Edwin Kibet, a 44 segundos.
O jovem atleta da Nova Zelândia, visivelmente bem-disposto, referiu que o triunfo de hoje foi incrível. “Sinto-me fantástico. Tenho treinado muito bem, por isso esperava sair-me bem aqui em Lisboa, mas conseguir fazer o que fiz é incrível”,
Já a corrida feminina foi ganha por Mare Dibaba, campeã mundial da maratona de 2015, que venceu com o tempo de 1:09.43 horas, batendo em cima da meta a queniana Vivian Cheruyiot, que gastou mais um segundo, tendo o 3º posto ido para a também queniana Mary Macera, com mais dez segundos do que a vencedora.
Dibaba considerou a meia-maratona de Lisboa como um teste de preparação para a maratona de Londres, que se vai realizar em abril. “Esta meia-maratona foi um teste para Londres. Estava a planear ganhar a corrida e consegui fazê-lo, o que foi muito bom para mim”, disse a atleta.
Nesta prova, a atleta do Sporting Jéssica Augusto foi a melhor portuguesa, ao ser sétima com 1:10.38.
Carlos Móia, o organizador da 27.ª edição da meia-maratona, em declarações prestadas na conferência de imprensa após a corrida mostrou-se um pouco frustrado com o tempo alcançado no setor feminino.
“O calor acabou por ter alguma influência nos resultados. Esperava muito da corrida feminina, penso que na primeira parte foi um passeio e, portanto, não foi feito o tempo que esperava. O tempo não é digno da meia-maratona de Lisboa. Esperava francamente melhor, porque estiveram das melhores atletas do mundo aqui”, afirmou.
Quanto ao setor masculino, Carlos Móia enalteceu a proeza de Jake Robertson que quebrou o habitual domínio dos atletas africanos.
“Na parte masculina temos a registar que apareceu um neozelandês a ganhar e a quebrar a hegemonia de África a ganhar. Por três segundos não bateu o recorde da Oceânia. Estou extremamente contente, porque, para a prova, aparece um neozelandês jovem a ganhar na sua primeira meia-maratona”, sublinhou.
Já Fernando Medina, Presidente da Camara Municipal de Lisboa, um habitué desta prova, que antes da partida, na Ponte 25 de Abril, nos tinha confidenciado que esta é uma prova extraordinária que não deixa de fazer, “já que é o único dia, que temos oportunidade de atravessar a ponte a pé, admirar esta vista lindíssima… é incrível, vale tudo”, destaca, posteriormente na conferencia de imprensa, a importância desta prova na vida da cidade: “Faz parte indiscutível do nosso calendário de eventos, em que dezenas de milhares de pessoas tiveram oportunidade de participar.”
Para o autarca, faz todo o sentido a união entre a competição e o lazer na meia-maratona de Lisboa para atrair mais participantes estrangeiros. “Cada vez mais, esta prova atrai pessoas de fora para virem expressamente correr esta prova. Não há muitas provas que possam decorrer neste cenário extraordinário”, referiu.
Por sua vez, o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, considerou que a meia-maratona de Lisboa “é uma prova que comprova a aposta que a Câmara está a fazer nas suas políticas desportivas” e para que “Lisboa seja capital europeia do desporto 2021”.
Também o Presidente da Camara Municipal de Oeiras, Paulo Vistas, ao chegar a meta, referiu que “ foi mais uma edição, o tempo ajudou, é um percurso fantástico, um ambiente muito festivo”. Transmitiu-nos ainda a mesma ideia do seu colega da edilidade de Lisboa, de que esta, é uma prova com muito significado e talvez das poucas que se realizam num cenário fabuloso, como o do nosso rio Tejo.