Situada entre a cidade do Sabugal e a vila de Penamacor, a Reserva Natural da Malcata surge na sequência da campanha “Salvemos o Lince e a Serra da Malcata”, uma das manifestações ‘ecológicas’ mais importantes até hoje realizadas na sociedade portuguesa.
O principal motivo da criação desta Reserva Natural, foi a preservação do habitat natural do lince-ibérico evitando a sua extinção. Sendo uma espécie autóctone da Península Ibérica é bastante mais pequeno que os seus primos euroasiáticos e a característica mais marcante é o tufo de pelos negros em formato de pincel, no topo das suas orelhas triangulares.
Segundo os especialistas, o perigo de extinção do lince ficava-se a dever à drástica redução de coelhos-bravos e lebres, espécies preferidas e de grande importância na alimentação deste felino que, prefere viver em locais cobertos de vegetação densa e rasteira, longe das populações.
Para dinamizar a região em que a Reserva Natural se insere e promover o turismo sustentável em áreas protegidas, as autarquias de Almeida, Penamacor e Sabugal, conseguiram obter a aprovação na CETS – Carta Europeia de Turismo Sustentável da denominação “Gata-Malcata Terras do Lince”.
A serra da Malcata que é considerada um dos últimos refúgios naturais do nosso território, guarda no seu interior interessantes valores botânicos, hídricos e fluviais. Embora sejam predominantes os matos de urze e giesta é possível encontrar matas de carvalho-negral, azinheira e medronheiro, enquanto que nas margens dos principais cursos de água encontramos freixos, amieiros e salgueiros.O Rio Côa oferece-nos, em toda a sua extensão, a possibilidade de pescar as suas inconfundíveis trutas, enquanto que o Rio Bazágueda nos proporciona agradáveis praias fluviais. A Ribeira da Meimoa surpreende-nos com a sua praia que, muito recentemente, foi distinguida com o “selo de qualidade de ouro” pela associação ambientalista Quercus.
É de difícil descrição o cenário, digamos que, edílico e único da Reserva Natural da Malcata. Não parando de nos surpreender incentiva-nos a muito mais a cada descoberta. O céu será o limite, mas ali, quando ‘damos por nós’ estamos a contemplar aquilo que julgávamos impensável, impossível e não existir! Aquilo que não admitíamos ser possível quando recebemos o convite para esta visita.
O ‘cenário’ parece ter sido construído ‘à medida’ de cada um de nós, quer sejamos o mais comodista dos mortais ou o mais radical de todos os tempos!
Para quem ousar ‘embarcar’ na descoberta fique a saber que tem itinerários disponíveis (até para os mais preguiçosos que não prescindem do seu carro), informações sobre a flora e que em relação à gastronomia é uma prazerosa aventura que (quanto a nós) tem o seu expoente máximo num inesquecível ‘gourmet rural’ em que reencontrámos todos aqueles ingredientes e sabores tão peculiares e presentes nas nossas recordações de infância.