O Misty Fest conta com mais uma confirmação, desta feita a de Nathalie, a fadista radicada nos Estados Unidos, que irá atuar nos dias 4 e 9 de novembro no Teatro Garcia de Resende, em Évora e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, respetivamente.
Nathalie não é estilismo ou arremedo globalizante: a fadista vive nos Estados Unidos e foi lá que o fado a apanhou, quando contava com apenas 13 anos, prova de que há de facto uma razão para que este património tenha sido distinguido pela UNESCO – é que a sua dimensão é universal.
Carlos do Carmo, um dos grandes impulsionadores deste reconhecimento internacional do fado, aliás, viu também algo de especial em Nathalie, voz que tem feito questão de ter ao seu lado em vários concertos.
A fadista deixou tudo em pratos limpos há uma década quando titulou o seu registo inaugural com Corre-me fado nas veias, registo que mereceu o Prémio Lusíada – Melhor álbum de Fado 2007, dos Artistas Unidos da América. Essa foi a primeira de várias distinções conquistadas do lado de lá do oceano Atlântico, incluindo a PALCUS Young Portuguese American Promessa Leadership Award, considerado o mais importante prémio de reconhecimento e honroso das comunidades portuguesas nos Estados Unidos.
A estreia em Lisboa foi naquele que é talvez o maior evento do seu género, o Festival Caixa Alfama, ao lado do mestre da guitarra portuguesa José Manuel Neto.
Os aplausos que aí lhe foram entregues são sinal claro do imenso potencial que possui e que agora se traduz num novo álbum que sucede a Fado Além, trabalho de 2016 com arranjos e produção de Ricardo Dias que mereceu elogios rasgados no Expresso e no Público. Ao Misty Fest, Nathalie virá apresentar um novo álbum que é igualmente o mais ambicioso registo da sua carreira até agora: ladeada por José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola e Bernardo Moreira no contrabaixo – um trio de absoluto luxo -, Nathalie mostra o fado na sua expressão mais pura, despido de quaisquer desvios à sua essência num olhar para a tradição mais funda que é afinal de contas uma projecção para o futuro. José Mário Branco, que tem sido responsável pela produção de boa parte da discografia de Camané, assegura aqui também a orientação de um álbum que vai certamente marcar o calendário musical português de 2017. Garantia de que algo muito especial está para chegar. Poderão confirmar tudo no Misty.