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“Collaboration”- Ana Cristina Cachola com Igor Jesus e Mariana Silva – Uma colaboração perfeita.

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“Collaboration”-  Ana Cristina Cachola com Igor Jesus e Mariana Silva – Uma colaboração perfeita.


Continuando com o tema “Collaboration” iniciado no passado dia 1 de abril, o Centro de Arte da Quinta do Quetzal, inaugurou no passado dia 10 a segunda exposição, com a participação da curadora Ana Cristina Cachola.

Para esta segunda fase de “Collaboration” Ana Cristina Cachola, convidou os jovens artistas Mariana Silva (33 anos) e Igor Jesus (27 anos) para apresentarem as suas obras. Esta escolha, teve a ver conforme refere a curadora “porque queria trabalhar com artistas que se focassem na colaboração sem produzir obras colaborativas, ou seja o Igor e a Mariana, não fizeram a mesma peça juntos, mas fizeram duas peças que por si só tratam a “colaboração” e são sobre “colaboração”. Nos dois casos como é qua as disciplinas, as ciências, os textos as imagens colaboram entre eles para formar novos significados?”.

Mariana Silva apresenta um trabalho fruto de uma pesquisa bastante longa. Segundo ela “Esta é uma apresentação inicial de uma pesquisa que tem a ver com a perceção do movimento dos animais em bando em coletivo e a forma como a tecnologia ajudou a um maior entendimento desse tipo de movimento. E tanto o movimento em bando como, por exemplo, o estudo das formigas, que também é outro tema, se caracterizam por ser acontecimentos muito complexos, mas que se geram a partir de ações muito simples dentro do grupo. E no caso dos bandos de pássaros ou outro tipo de movimento em grupo, chega-se à conclusão que a física envolvida nesse movimento é muito simples, mas altamente eficiente.”

 Percebe-se então porque Ana Cristina Cachola nos diz que “No caso da Mariana, por exemplo, tem estado muito presente a relação do humano, com o não humano, mas também como a tecnologia interfere na perceção que nós temos do mundo e como é que a nossa perceção do mundo interfere na tecnologia, portanto estamos a falar de uma colaboração de regimes de conhecimento constante.”

 E continua “Já no caso do Igor, como é que ele aproveitou uma exposição que existe para ter um gesto criativo que foi o de desenhar à mão as folhas de sala. Cada folha de sala, que está aqui, foi feita a partir da planta e dos nomes dos artistas e de um texto que eu escrevi propositadamente para aquela folha de sala e como é que isso pode produzir uma obra de arte, como é que esta ideia total de colaboração pode produzir uma obra de arte? E até o próprio espetador colabora na execução da peça porque os materiais escolhidos permitem a inscrição das impressões digitais, das mãos e dos dedos no próprio desenho. Portanto cada pessoa leva para casa, uma folha original na qual ela também colaborou, na qual também tem um gesto, uma inscrição”.

E efetivamente quando se manuseiam as folhas de sala, os nossos dedos ficam sujos e deixamos as marcas nas belíssimas folhas de sala que Igor Jesus trouxe para esta exposição. Tal como ele nos confidenciou “ao pensar na ideia da “colaboração” o desenho foi feito num material que precisa de ser fixado para ficar estável e eu não o fixei exatamente para ser uma constante alteração, ou seja é um mapa que através do manuseamento vai-se perdendo informação e vai-se alterando e o desenho fica concluído quando a pessoa que o leva decidir que fica concluído, ou seja decide que não lhe toca mais, a emoldura ou a  manda para o lixo” .

Estes dois jovens artistas que têm vindo a desenvolver o seu percurso artístico fora de Portugal (Mariana nos Estados Unidos e Igor na Alemanha), dão-nos a conhecer uma vertente do seu trabalho, no Centro de Artes do Quetzal, um espaço privilegiado, pensado e criado com muito carinho pelo casal Cees e Inge de Bruin-Heijn  e pela sua filha Aveline de Bruin e amplamente divulgado pela ‎Diretora Art&Food Joana Mexia de Almeida.

Isabel Carlos será a próxima curadora a inaugurar a 3ª fase de “Collaboration”, a 30 de setembro e Luiza Teixeira de Freitas em janeiro de 2018 …..“porque a arte é capaz de dar visibilidade ao invisível, de tocar os sentidos e de revelar o mundo de um ângulo diferente.”