A tragédia da Lagoa Azul
A 5 de março de 1986 arrancava mais um Rali de Portugal Vinho do Porto. Na primeira especial de classificação, Joaquim Santos, ao volante do seu Ford RS200, abalroou a multidão ao tentar evitar alguns espectadores. Três mortos e mais de trinta feridos, foi o balanço deste trágico acidente.
A consequência imediata desta tragédia, foi de, nesse mesmo dia, os pilotos oficiais se terem reunido no Hotel Estoril Sol e, em comunicado, terem decidido, por unanimidade, abandonar a prova. Nesse documento, eram invocados três motivos para não continuarem em prova: o respeito pelas famílias das vítimas; não haver meios para garantir a segurança dos espetadores; o facto do acidente mortal ter sido causado pelo desvio do piloto a espectadores que estavam na estrada e não por condições inerentes ao carro (anomalia mecânica).
Embora o protesto fosse liderado por Walter Röhrl, foi Henri Toivonen quem leu o comunicado. O mesmo Henri Toivonen, que um mês mais tarde, viria a sofrer um acidente fatal no Rali da Córsega.
No ano seguinte, 1987, acabavam os Grupo B. Chegavam assim ao fim os “Fórmula 1 das estradas” com mais de 500cv. Aqueles para os quais as marcas não tinham limitações nem técnicas nem financeiras e faziam de tudo para tornar os carros de Grupo B cada vez mais mais rápidos. A esta situação não era alheia a então prosperidade económica e a liberdade técnica fomentada pela FIA.