Uma das celebrações mais célebres na Beira Baixa é a Romaria a Nossa Senhora do Incenso, que acontece anualmente na segunda-feira, a seguir à Páscoa, na vila de Penamacor.
À Romaria a Nossa Senhora do Incenso, acorrem peregrinos vindos de vários pontos do país. Numa perspetiva de prestar culto à devoção a Nossa Senhora é identificada como a maior romaria da Vila de Penamacor, sendo um dos principais símbolos identitários da comunidade penamacorense dentro do ciclo festivo religioso.
A santa padroeira da vila, Nossa Senhora do Incenso, é celebrada com a habitual romaria, no recinto da capela que lhe é dedicada, a cerca de três quilómetros da vila.
A primeira referência a Nossa Senhora do Incenso é feita por Frei Agostinho Santa Maria, numa espécie de enciclopédia dos santuários marianos em 1707. Reza a lenda que em tempos um bispo que vinha celebrar uma missa na Capela de, na altura, Nossa Senhora do Prado, faltou o incenso. Foi então enviada uma pessoa à vila de Penamacor. Tardando o enviado a chegar, os presentes, entretanto repararam que, afinal, já havia incenso. O episódio foi considerado um milagre e foi por isso que a antiga Nossa Senhora do Prado viria a tornar-se Nossa Senhora do Incenso.
Assim, este é o dia em que os da terra mas que vivem fora, regressam para juntamente com os que ficaram se reunirem no adro da Capela da Sra. do Incenso, para rezarem, agradecer as graças concedidas pela Santa da sua devoção e conviverem com os amigos que por vezes só vêm uma vez por ano.
Após a missa, que este ano teve a contribuição do Bispo de Aveiro, Dom António Moiteiro, natural de uma das aldeias do concelho – Aldeia de João Pires, houve a habitual procissão pelas áreas circundantes da capela.
No final da cerimónia religiosa, muitos foram os que se reuniram com os familiares e amigos nos já famosos piqueniques. A festa durou até tarde, já que o dia estava solarengo e a temperatura primaveril.
A Senhora do Bom Sucesso, é outra das Romarias do concelho de Penamacor que atrai muitos crentes. Realiza-se no 2º Domingo depois da Páscoa.
Também em Idanha-a-Nova, 15 dias depois da Páscoa, ou seja, a 2 maio, realiza-se a Romaria da Nossa Senhora do Almortão.
Esta é uma das maiores manifestações religiosas da raia e é a mais antiga romaria da Beira Baixa. Além de acontecer na 3ª segunda-feira após a Páscoa, também tem lugar no feriado de 15 de agosto.
Esta capela foi construída porque, como diz a lenda, um dia de madrugada uns pastores atravessavam o campo pelo sítio “Agua Murta” e notaram que havia algo de estranho por trás das murteiras grandes. Aproximaram-se e viram uma linda imagem da Virgem. Ficaram parados de joelhos a rezar, mas depois resolveram levar a imagem para a Igreja de Monsanto. Mas ela desapareceu e foi encontrada outra vez no mesmo lugar da aparição no murtão. Respeitando a vontade da Senhora, os habitantes da vila construíram a capela.
A romaria da Senhora do Almortão realiza-se todos os anos, 15 dias depois da Páscoa. Á semelhança do que acontece em Penamacor, depois da missa faz-se a tradicional Procissão. Após as cerimónias segue-se o almoço, convívio entre famílias e amigos. Danças e cantares à Senhora do Almortão, animam o resto da tarde.
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