Após dois anos de suspensão devido à pandemia, a Queima das Fitas do Porto está de volta, ao Queimódromo portuense. A edição deste ano – a 100ª. edição da festa estudantil cuja origem remonta a 1920, decorre de 1 a 7 de maio e conta com um programa recheado de atividades. Repensada por causa do tempo de espera e das obras na cidade, a festa volta com a promessa de ser mais sustentável e memorável — mas também mais segura e responsável.
Como manda a tradição, a Queima das Fitas arrancou às 00h01 na madrugada de domingo, 1 de maio, com a Monumental Serenata, no Largo Amor de Perdição (à Cordoaria), o mesmo palco que, algumas horas depois, pelas 11h01, vai acolher a Missa da Bênção das Pastas.
A abertura dos festejos, no Queimódromo coube a Profjam, Lon3r Johny e ao vencedor do habitual concurso de bandas, que atuaram perante um recinto completamente lotado.
O mesmo aconteceu na noite seguinte. As atuações de Julinho KSD e Plutónio que atuaram no domingo à noite levaram ao rubro os milhares de estudantes que enchiam o Queimódromo.
Hoje (dia 2) os festejos serão conduzidos por Diogo Piçarra e Capitão Fausto. Quim Barreiros, Ana Malhoa e Saúl serão os anfitriões da noite de 3 de maio.
Na tarde de terça-feira (dia 3) decorre o tradicional Cortejo Académico que é um dos pontos altos da semana da Queima das Fitas. Milhares de estudantes das mais diversas casas da Academia do Porto, juntamente com as suas famílias e amigos enchem as ruas da cidade de cânticos, cor e brilho.
Sobre a Queima das Fitas
A Festa da Pasta, que começou apenas entre os finalistas de Medicina da Universidade do Porto, depressa se espalhou pelas diversas faculdades. Realizada ininterruptamente até 1943, realçava todo o espírito académico, já existente na cidade, assinalando a passagem da pasta dos “quintanistas” – estudantes que estavam a terminar o seu curso – aos “quartanistas”, que entravam na reta final. Para além disso, era imposto o grelo aos quartanistas. Incluía também um baile de gala.
A partir de 1943, as várias festas das faculdades fundem-se numa só, passando, então, a chamar-se “Queima das Fitas”, que ganha força maior a partir de 1945, já que a expressão “Festa da Pasta” é abandonada totalmente. No ano anterior, em 1944, a festa incluiu, pela primeira vez, a missa da Bênção das Pastas, na Igreja dos Clérigos.
Fruto das convulsões políticas, a Queima das Fitas acabaria por ser suspensa, a partir de 1971, ressurgindo, em 1978. Daí para cá, passou a realizar-se nos moldes atuais, com inúmeras atividades: serenata, cortejo, concerto Promenade, missa da Bênção das Pastas. Tornou-se a maior festa académica da cidade e uma das maiores do país.
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