20 mil visitaram a 47ª edição da ModaLisboa


A ModaLisboa Together trouxe à capital cerca de 20 mil visitantes e 30 criadores que, entre os dias 7 e 9, apresentaram as suas coleções para a Primavera-Verão de 2017. O dia 6 ficou reservado para as Fast Talks com o tema How Can Fashion Change The World?

O primeiro dia de desfiles foi iniciado com as criações dos onze designers do ´Sangue Novo’, com João Barriga a ganhar o prémio de melhor coleção (prémio ModaLisboa), João Oliveira venceu o prémio FashionClash e Ana Duarte teve direito a uma menção honrosa que lhe permite a entrada direta para a plataforma LAB na próxima edição da ModaLisboa.

Seguiram-se as coleções sportswear mista de Catarina Oliveira, intitulada “CO 2.0” e em tons neutros e azul elétrico e de Morecco, inspirada nos trajes budistas e tibetanos. A noite terminou com a apresentação da coleção masculina de Ricardo Preto, com peças funcionais porque, segundo o designer, “o homem urbano encontra nesta coleção a facilidade de um guarda-roupa adaptável a qualquer situação”.

Ao segundo dia, Nuno Gama deu a conhecer a coleção “Luzboa”, traduzida num vestuário formal e elegante, apresentado na Sala das Galeotas, no Museu da Marinha e na Praça do Império, em Belém. Rúben Rua fechou o desfile sendo um dos seus últimos para a associação ModaLisboa.

De Belém para a plataforma LAB na Praça do Município, David Ferreira mostrou uma coleção com bordados, transparências e cor e “inspirada na opressão sobre as mulheres e na sua sexualidade ao longo da História”, seguindo-se Awaytomars e a segunda coleção resultante do seu projeto de colaboração com criativos de todo o mundo e com predominância para as cores claras e tecidos leves.

Valentim Quaresma e a sua “Rutura” teve nas borboletas o seu tema chave, apostando em materiais fortes e chamativos como o metal e a marca brasileira de beachwear, Cia Marítima, trouxe à passerelle imagens de conchas, estrelas do mar, escamas de peixe em tons de azul e verde.

Christophe Sauvat inspirou-se nas cidades de La Palmeraie, Arequipa e Capri para o verão de 2017 e a Saymyname de Catarina Sequeira regressou aos anos 90 com “Kiss Me Like You Miss Me”.

O dia terminou com Dino Alves a “empoeirar” as modelos da sua coleção “Warning” e com uma sala cheia no Pátio da Galé a aplaudir o aviso ecológico do designer.

O último dia começou com “Do you see me”, a coleção feminina de Ricardo Preto, inspirada na beleza das Filipinas e nas linhas puras da Arquitetura moderna, seguindo-se a portuense Olga Noronha que juntou o fado à filigrana portuguesa para uma coleção de esculturas “vestíveis”.

Também Patrick de Pádua teve no fado a sua inspiração. O vencedor do concurso ‘Sangue Novo’ em março deste ano, estreou-se na plataforma LAB com um estilo clássico mas com tendências desportivas.

A “Retrospetiva” de Filipe Faísca festeja os 25 anos de carreira do criador e reflete sobre o passado, presente e futuro. Com inspirações campestres, Maria Clara, a nova modelo sensação que já desfilou para estilistas como Valentino, Kenzo, Courrèges, Yang Li ou Luís Buchinho, abriu o desfile que terminou com Filipe Faísca a distribuir rosas pela enchente no Pátio da Galé.

O designer Ricardo Andrez questionou a distinção de géneros com uma coleção unisexo e a angolana Nadir Tati regressou à ModaLisboa com “Caminhos da Alma”, coleção rica em bordados, transparências e rendas.

Lidija Kolovrat misturou o industrial e o romântico em “Medo ou Amor”, propondo para o verão do próximo ano as t-shirts oversize, malhas desfeitas, remendos de impressões gráficas, longas camisolas, calças assimétricas.

“Heart of Glass”, de Luís Carvalho, inspirada no estilo de Debbie Harry dos Blondie e com referências nos estilos pop/rock dos anos 70 encerrou esta edição da ModaLisboa. O criador transformou a passerelle numa pista de dança, com direito a disco ball e música ao vivo por Alex D’Alva Teixeira.

Para a diretora da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, o balanço foi “muito positivo. Acho que desta vez nós conseguimos mesmo que a Praça do Município fosse o bairro da moda. Há imensa gente que não pode entrar nos desfiles, mas está cá, nas outras iniciativas de acesso livre”, no entanto, lamentou a ausência dos criadores Miguel Vieira, Carlos Gil, Alexandra Moura e Pedro Pedro, confessando que “A mim marcam-me estas ausências porque são marcas que a ModaLisboa criou”.

A ModaLisboa está de volta em março com propostas para o outono/inverno de 2017-18.