“Terras sem Sombra” – é um Festival “único no mundo”


O Festival é “único no mundo”. Tem “um lado espiritual” e uma parte de “milagroso”, segundo Juan Angel del Campo – Diretor Artístico do “Terras Sem Sombra” – na conferência de imprensa de apresentação daquele que é considerado um dos cinco melhores festivais do género na Europa.

A edição de 2017 terá como tema “Do espiritual na arte – Identidades e práticas musicais na Europa dos séculos XVI-XX”, sendo Espanha o país convidado.

“Damos especial destaque a dois géneros musicais que são património imaterial da humanidade, o Cante Alentejano e o Flamenco. Queremos fundi-las” adianta Juan Angel del Campo, recordando o impacto que o Cante teve quando foi apresentado em Madrid. Assim, entre o dia 2 e 5 de fevereiro o festival vai ser apresentado em Sevilha, “com dois coros de Cante e ao menos dois cantadores do mundo flamenco”.

Sobre o programa do Festival, Juan, com um brilhozinho nos olhos diz “Quando os melhores sítios espanhóis estão a ver-se como espelho, dá-me especial satisfação e creio que estamos a acertar” dando de seguida dois exemplos bem concretos. Em maio, o Teatro de la Maestranza, em Sevilha, irá receber um espetáculo que esteve em Castro Verde em 2016. Na última semana, estreou em Madrid um concerto que foi apresentado em Sines, acrescentando “ainda mais curioso” é o facto de o auditório nacional de Madrid ter programado um concerto para fevereiro de 2018 que “vai repetir com os mesmos interpretes ou muito parecidos” o concerto que irá acontecer em Santiago do Cacém.

O festival terá a participação de metade de artistas espanhóis, sendo a outra metade artistas nacionais, tais como o grupo Polyphõnos e o coro da Gulbenkian.

Em relação à participação espanhola no Festival, Juan Angel del Campo, salienta; o concerto de abertura, dia 11 de fevereiro em Almodôvar, com o cantor Arcángel e uma ópera barroca; a cantora de flamenco Esperanza Fernández, no dia 6 de maio, em Serpa, onde se irão ouvir “as pautas da música religiosa dos campos de concentração, com intensidade especial,” e com as poesias de José Saramago. O destaque final vai para o concerto a 3 de junho em Sines, aquele que o Diretor Artístico do Festival considera que “roça o impossível” ao “juntar três dos melhores músicos espanhóis que há no mundo” num concerto de câmara. “Vão recuperar dois quintetos de Mozart e Beethoven. Estão tão ocupados que não acredito que estejam juntos até que toquem cá”.

O Festival “Terras Sem Sombra” vai decorrer entre 11 de fevereiro e 1 de julho, tendo como ‘palcos’ os concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja.

Os concertos, com entrada gratuita, são aos sábados à noite (sempre em monumentos, maioritariamente igrejas), sendo antecedidos por visitas guiadas ao património das cidades e vilas que pertencem ao roteiro do evento.

Aos domingos de manhã, terão lugar as atividades de divulgação e sensibilização para os tesouros naturais alentejanos.

Pensado para as pessoas, este Festival, tem uma outra componente de relevo que é a divulgação dos produtos regionais do Baixo Alentejo, sendo o produto em destaque, este ano, o AZEITE.

 

Poderá consultar toda a programação do Festival “Terras Sem Sombraaqui.

 

 Sobre Juan Angel del Campo – Diretor Artístico do “Terras Sem Sombra”:

Ensaísta e critico musical do diário El País de 1987 até 2015 e colaborador do programa de rádio “La ventana”. É fundador e diretor do projeto “Ópera digital del Liceo de Barcelona”, diretor cultural do projeto “Tutto Verdi” da Asociación Bilbaína de amigos de la Ópera. É Coordenador da coleção Historia de la Música en España e Hispanoamérica. Em 2000 recebeu o prémio da Crítica del Fondo de Cultura de Salzburgo. Dirige regularmente cursos em universidades espanholas, para além de palestras em diferentes instituições dentro e fora de Espanha.