Chegava ao fim a oitava edição do Bons Sons e misturado com os últimos ritmos da noite ouviam-se despedidas de amigos cujo ponto de encontro habitual é este festival. “Até para o ano”, “Depois combinamos”, “Não te esqueças de marcar lugar no parque de campismo”, etc.
Esta edição contou a presença de 32.500 visitantes para assistirem aos 41 concertos programados nos palcos de música do BONS SONS, num total de 181 artistas em palco. A estes, ainda se somou o Auditório, com programação que envolveu 3 espetáculos de artes performativas, 2 sessões de curtas-metragens e 1 projeto para um filme; o Armazém, com 8 sessões de música para bebés; o Palco Garagem – com 15 concertos espontâneos promovidos pelos visitantes do festival.
Cem Soldos é BONS SONS. A forte ligação do festival com os habitantes desta pequena aldeia, nesta edição, foi o mote para uma série de iniciativas tais como os quarenta e quatro vídeos de apresentação individual dos artistas, os seis pequenos espetáculos instantâneos “Agora, Aqui!” a partir das janelas dos moradores, as visitas-guiadas dos miúdos da aldeia e o saco de boas-vindas dos artistas personalizado pelas famílias cem-soldenses. Os habitantes protagonizaram ainda os vídeos de sensibilização do público para comportamentos ambientalmente responsáveis, projetados nos ecrãs dos palcos antes dos concertos.
Ao longo das oito edições, o Bons Sons, sempre ambicionou, tornar-se um festival mais ecológico e familiar onde todos conseguissem ser parte da Aldeia de forma sustentável. Conseguiram e isso deixou a organização de coração cheio.
As atividades paralelas a pensar na família como um todo, ficou bem patente na adesão do publico que rapidamente esgotou as vagas. Musica para bebes, para crianças e para futuras mamãs, contadores de historias, passeios com os quatro burros de Miranda, oficinas de construção de instrumentos musicais e de orquestra tradicional, foram algumas das atividades com mais procura por parte das famílias com crianças. Os jogos do Helder, tiveram igual êxito. Compostos por 20 geringonças que desafiavam a destreza da força humana.
Ecologicamente falando, este ano houveram quatro medidas para reduzir a pegada ecológica do festival: Instalação de torneiras redutoras de caudal, de casas de banho secas no parque de campismo, eco-videos de sensibilização para as boas praticas ambientais e atividades educativas dirigidas aos pequenotes.
Também a eliminação definitiva dos copos descartáveis de cerveja e refrigerantes acordada entre a organização do festival e os espaços concessionados bem como os restantes cafés e lojas da aldeia contribuiu para a redução de resíduos. Assim a juntar-se à habitual caneca de metal, estiveram em circulação mais de oito mil copos reutilizáveis. Houve uma grande diferença que se sentiu no espaço do recinto a mostrar maior limpeza e menos resíduos espalhados. Para tal também contribuíram os mais de duzentos cinzeiros portáteis.
A preparação do Bons Sons é feita com grande antecedência. Por exemplo, ao longo do ano, a mestria das mãos das avós de Cem Soldos dera origem às quase 600 Tixas do merchandising, bem como aos corações de BONS SONS que são feitos com aproveitamento das aparas de tecido usado na manufatura das Tixas. Acrescem a estes produtos as mil e quinhentas flores e bandeirolas que trouxeram a alma ao bar central do Palco Eira.
Hoje em Cem Soldos já todos começaram a preparar a nona edição do Bons Sons …… que tanto se deseja!
