“A noite não é eterna” de Ana Cristina Silva vence Prémio Fernando Namora

O romance “A noite não é eterna”, de Ana Cristina Silva, venceu por unanimidade o Prémio Literário Fernando Namora, com o valor pecuniário de 15 mil euros, segundo comunicado de imprensa da Estoril-Sol.

Em ata, o júri salientou que o décimo romance de Ana Cristina Silva se trata de “uma obra que se articula a partir da realidade social, politica e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período da ditadura de Nicolae Ceausescu”.

O júri realça que o romance é “uma belíssima composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político sufocante e obsessivo”, rematando “é uma história construída sobre os labirintos da tirania”.

Presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, o júri, reconheceu “um outro ano literário de vincada qualidade” e registou “com muito apreço” uma lista de finalistas votados como os romances concorrentes “O homem que escrevia azulejos”, de Álvaro Laborinho Lúcio, “Karen”, de Ana Teresa Pereira, “Estoril — um romance de guerra”, de Dejan Tiago Stankovic, “O Meças”, de J. Rentes de Carvalho, e “Eu sou a árvore”, de Possidónio Cachapa.

Para além de Guilherme d`Oliveira Martins, o Júri desta 20ª edição do Prémio Literário Fernando Namora foi composto por José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e por Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.

Professora e psicóloga, Ana Cristina Silva, é natural de Vila Franca de Xira, onde reside, lecionando sobre a psicologia da linguagem. Especializou-se na área da aprendizagem da leitura e escrita, desenvolvendo investigação no domínio das aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e produção textual.

Publicou o seu primeiro livro “Mariana, todas as cartas” em 2002. Em 2011, foi finalista do Prémio Literário Fernando Namora com o romance “Cartas Vermelhas”, o qual foi eleito livro do ano pelo jornal Expresso. Em 2012, a escritora foi finalista do Prémio SPA/RTP, com o romance “Rei do Monte Brasil”, vencedor do Prémio Urbano Tavares Rodrigues.

No plano académico, tem obra científica dispersa por jornais e revistas especializadas, em Portugal e no estrangeiro.

O Prémio Literário Fernando Namora será entregue oportunamente em cerimónia a anunciar, segundo a Estoril-Sol