“Os 90 Anos das Concessões de Jogo nos Casinos Portugueses” estiveram em debate

Realizada na Galeria de Arte do Casino Estoril a conferência “Os 90 Anos das Concessões de Jogo nos Casinos Portugueses”, reuniu um distinto painel de oradores que analisou e debateu o momento atual e os novos desafios do sector do jogo a nível nacional e internacional.

“Os 90 Anos das Concessões de Jogo nos Casinos Portugueses” estiveram em debate
“Os 90 Anos das Concessões de Jogo nos Casinos Portugueses” estiveram em debate - ® DR

 

Numa intervenção sobre “O Jogo Online – Interação com o jogo de base territorial”,António Vieira Coelho, Administrador da Estoril Sol, recordou “O primeiro objetivo quando, há 4 anos atrás, resolvi propor o nosso envolvimento no Jogo Online, foi o de potenciar a criação de novos clientes para os Casinos do Grupo, no caso o Estoril, Lisboa, e também o da Póvoa”, sublinhando “é um problema com que esta atividade se depara: a renovação dos seus clientes.”

Destacando a intervenção social da empresa, Vieira Coelho, formulou o desejo de que ao quase certo Concurso Público internacional, para as Concessões de Jogo do Estoril, em 2020, esperar que o Estado Português veja “esta irrepreensível atuação da Estoril Sol ….. e não vá atrás de meros interesses económicos só porque um qualquer grupo económico mais ou menos obscuro vindo não se sabe de que parte do Mundo, porque dá mais dinheiro, fica com a Concessão”.

Por seu turno, como moderador, Mário Assis Ferreira, Presidente da Estoril Sol, protagonizou várias reflexões sobre o sector sublinhando que, perante a realidade atual do jogo, “adivinham-se grandes desafios, obrigando-nos a ser, primeiro aluno e, depois, estudantes permanentemente aplicados, pois o sector do jogo está em permanente e vertiginosa mutação. Só com um estudo contínuo, acompanhando a evolução do mercado e assente na convicção de que, num casino, tudo o que está bem é porque está, também, obsoleto, será possível alcançar o estatuto de uma referência de prestígio nacional e internacional”.

Com uma vasta experiência adquirida, Jorge Godinho, professor visitante da Universidade de Macau, revelou o seu ponto de vista sobre “Os jogos de fortuna ou azar e o desenvolvimento do turismo na Ásia Oriental”. Jorge Godinho explicou a realidade do Jogo na Ásia, mais concretamente em Macau, recordando o papel primordial da STDM – Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, fundada por Stanley Ho, que de 1962 a 2001, deteve o monopólio da indústria de jogo em Macau.

Por seu turno, José Pereira de Deus, advogado, Mestre em Gestão e Turismo, Inspetor de jogos do SRIJ, desenvolveu o tema “Do início da exploração à atualidade – Casinos de Portugal”. Recordou que “o diploma matriz da legalização do jogo em Portugal, em 1927, se refletiu, posteriormente, na implementação do jogo em Macau, bem como na nova realidade dos resorts integrados que proliferam na Ásia. (…) O conceito de casino terá partido do legislador, em 1927, e de Mário Assis Ferreira, em 1987, que reformulou e implementou um novo conceito de casino multidisciplinar alterando, profundamente, a tipologia das empresas do sector”.

O tema de reflexão escolhido por Renato Morais, diretor da direção de jogo do Casino Estoril, foi “O impacto do Poker nos casinos portugueses – passado, presente e futuro”. Recordou que “atualmente o Casino Estoril acolhe, por ano, mais de 18 mil inscrições em torneios de poker, distribuídas por mais de 3000 jogadores diferentes estimando-se um acréscimo de outros tantos acompanhantes que, possivelmente, não viriam ao Casino”.

Carlos Costa, Administrador da Nau Hotels & Resorts analisou “As Concessões de jogo nos Casinos e o Turismo em Portugal – 90 anos de parceria” enquanto que Ana Paula Barros, advogada, técnica superior da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa abordou o tema: “As Lotarias de Beneficência na Lei do Jogo”.

No encerramento da conferência, António Jorge Lé, diretor artístico do Casino Figueira, dissecou o tema: “Os Espetáculos dos Casinos do Século XX” tendo considerado Mário Assis Ferreira como “o fundador da mudança de paradigma dos espetáculos de Casinos no século XX. Referindo que desde a década de oitenta, o Casino Estoril tem uma maior e mais intensa atividade artística e cultural, facto que o levou a ser copiado por outros casinos nacionais. A finalizar, Jorge Lé referiu, ainda, que oCasino Estoril distinguiu-se de todos os outros casinos pela sua oferta impar. “Organizou concertos com grandes artistas internacionais, magníficos espetáculos de exibição diária, relevantes exposições na Galeria de Arte e lançou vários Prémios Literários, para além dessa revista de referência cultural, que é a “Egoísta”.