Vouzela veio cantar as Janeiras a Belém

Dirigida pelo jovem maestro Diogo Tavares, a banda de Vouzela, interpretou alguns temas eruditos, com arranjos para banda, como a “Ave Maria” de Gounod e “Pompa e Circunstancia” de Edward Elgar, para alem das canções tradicionais das Janeiras, o que levou Marcelo Rebelo de Sousa a referir que “Estas foram as Janeiras mais originais da minha vida. Tenho assistido a várias Janeiras, mas estas foram uma mistura de Janeiras com concerto de Ano Novo. Portanto uma mistura de Janeiras tradicionais, como se percebeu pela ultima peça, com a envergadura, a qualidade, já de uma instituição de peso, ao escolher as peças que interpretou, fez-me lembrar concertos de ano novo em diversos países do mundo. Muitos parabéns e muito obrigado”.

O cantar as Janeiras é uma tradição muito portuguesa, que consiste no cantar de músicas pelas ruas por grupos de pessoas anunciando o nascimento de Jesus, desejando um feliz ano novo. Em Vouzela a tradição cumpriu-se com o empenho da Sociedade Musical Vouzelense.

Em Belém o Presidente da República,  agradeceu a este grupo de pessoas, que veio até Lisboa, relembrando que “ A nossa vida ,como a vida de todas as sociedades é feita de historia e tradição, de um lado e de inovação, de progresso e de futuro do outro, que não se opõem, que se devem conjugar e é o que se passa aqui hoje, a historia e tradição desta sociedade musical vouzelense, a historia e a tradição das Janeiras e nós seremos tão mais fortes para o futuro quanto mais cuidarmos da historia e da nossa tradição.”

Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou ainda os acontecimentos trágicos que afligiram a região de Vouzela em 2017, pedindo que o espírito de família que é tradicional no canto das Janeiras, se prolongue por todo o ano, não só em Vouzela, mas em todo o Portugal.

Terminou com um agradecimento aos autarcas de Vouzela e aos dirigentes, músicos e coro, da Banda da Sociedade Musical Vouzelense, com uma mensagem de esperança, “ Como é bom estarmos virados para o futuro, mas cultivarmos a historia e a tradição, como foi importante trazer Vouzela aqui, para agradecer e testemunhar a solidariedade, relativamente  a momentos de profunda tristeza e dor. Agora estamos a viver a esperança do começo um novo ano.”