WQS – Frederico Morais alcança vitória histórica no Havai e fica garantido no WCT 2020

Triunfo no QS10000 de Haleiwa permite subida à liderança do ranking mundial de qualificação

WCT
Frederico Morais de regresso ao WCT - ®DR

 

Frederico Morais fez este domingo história para o surf nacional ao sagrar-se vencedor do QS10000 de Haleiwa, no Havai. Um triunfo que garante matematicamente a entrada do surfista português no circuito mundial (WCT) do próximo ano e que o atira para a liderança do ranking mundial de qualificação (WQS), a apenas uma prova do final da temporada, além de também o colocar na frente da disputa da prestigiada Triple Crown havaiana.

Esta foi a maior vitória de um surfista português na história do circuito WQS, depois dos triunfos de Tiago Pires e do próprio Frederico em etapas QS6000. E aconteceu logo no Havai, a meca do surf mundial. Kikas vingou, assim, a derrota na final desta mesma prova em 2016, ano em que se qualificou pela primeira vez para a elite mundial, depois de ter terminado o derradeiro heat “empatado” com o campeão mundial da altura, o havaiano John John Florence.

Este domingo, Kikas começou por passar o heat dos quartos-de-final após uma renhida disputa, que foi vencida pelo 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. Apesar de ter sido superado por Slater, o surfista de Cascais conseguiu ficar à frente do havaiano Barron Mamiya e do australiano Mitch Crews, seguindo para as meias-finais.

Depois, novamente com Slater pelo caminho, Frederico “vingou-se” e venceu a segunda bateria das semifinais, com apenas 7,10 pontos, mostrando sangue frio e ajudando a eliminar aquele que todos consideram o melhor surfista de todos os tempos e ainda o francês e top do WCT Michel Bourez, num dia em que o mar acabou por cair e tornar a missão dos surfistas ainda mais complicada.

No heat de todas as decisões, onde Frederico Morais era o mais experiente na água, tudo começou de uma forma equilibrada, mas, aos poucos, o português foi mostrando o seu melhor surf, tomando a dianteira ainda na primeira metade da bateria. Até final Kikas, que somou 12,77 pontos, limitou-se a gerir, guardando uma preciosa vantagem para o italiano e top mundial Leo Fioravanti, para o sul-africano Matthew McGillivray e ainda para o australiano Ethan Ewing.

No final a festa foi portuguesa, com Frederico a ser carregado em ombros até ao pódio, enquanto a praia o aplaudia em peso. “Tive um ano complicado em 2018, onde acabei por cair do WCT. Por isso, conseguir o regresso este ano foi incrível. Quero agradecer a todos os que acreditaram em mim. Ganhar a Triple Crown seria um sonho. O próximo campeonato é em Sunset, uma onda que também gosto muito, mas vou tentar focar-me apenas em continuar a divertir-me e a tentar surfar o meu melhor”, frisou o surfista português durante a entrega de prémios.

Frederico Morais conseguiu este domingo a terceira vitória da temporada, depois de já ter vencido o QS3000 de Santa Cruz e o QS6000 dos Açores. Com este novo sucesso, Kikas somou 10000 mil pontos e passa a somar 26400, isolando-se na liderança do WQS, com 2600 de avanço para o mais direto adversário na luta pelo título mundial da divisão de qualificação – algo nunca conseguido por um surfista português.

Este resultado também permitiu ao surfista português ficar garantido oficialmente no circuito mundial do próximo ano. Depois de ter chegado aos quartos-de-final, Kikas já tinha alcançado a fasquia dos 20 mil pontos, que a WSL apontou como suficiente para a qualificação, mas, desta forma, carimbou definitivamente o regresso a tempo inteiro à elite mundial, de onde saiu no ano passado – entrou em várias etapas este ano, mas com o estatuto de suplente.

Agora, o circuito WQS ruma a Sunset Beach, também no North Shore de Oahu, no Havai, para aquela que será a última etapa do ano do circuito de qualificação e a segunda e penúltima da Triple Crown havaiana. Depois disso, resta apenas o Pipe Masters, a etapa final do WCT, onde Frederico Morais já está confirmado e onde poderá garantir mais um título inédito para o surf nacional.