Fernando Pimenta conquista o Bronze e Nelson Évora despede-se dos Jogos Olímpicos

Emoções fortes no 11º dia de jogos Olímpicos com Fernando Pimenta a conquistar o Bronze, Nelson Évora a despedir-se e Pedro Pichardo apurar-se diretamente para a final do triplo salto

Fernando Pimenta nos Jogos Olímpicos
Fernando Pimenta conquista o Bronze e Nelson Évora despede-se dos Jogos Olimpicos - ®DR

A madrugada desta terça-feira foi de emoções fortes para Portugal nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, com a conquista da terceira medalha, desta vez conseguida pelo canoísta Fernando Pimenta.

Fernando Pimenta aos 31 anos terminou a prova de K1 1.000 metros na terceira posição, conquistando assim o bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Esta é a terceira medalha obtida na competição por atletas portugueses, depois do bronze do judoca Jorge Fonseca e da prata de Patrícia Mamona no triplo salto.

Para além da medalha conquistada por Fernando Pimenta, Portugal viveu outro momento de grande emoção ao ver Nelson Évora despedir-se da competição dos Jogos Olímpicos.

Nelson Évora despediu-se dos Jogos Olímpicos na qualificação do triplo salto, com uma marca de 15,39 metros e ficou fora da final na sua última participação em Jogos Olímpicos, condicionado por um problema físico.

Mas houve muito mais e a dupla da embarcação 49er, Jorge Lima-José Costa, conseguiu mais um diploma e Pedro Pablo Pichardo apurou-se diretamente para a final olímpica do triplo salto, em Tóquio 2020, com um salto de 17.71, a melhor marca das eliminatórias, entre os 31 atletas participantes.

Depois do destaque da medalha conquistada por Fernando Pimenta, o balanço deste décimo primeiro dia de participação da Equipa Portugal nos Jogos Olímpicos:

ATLETISMO. Pedro Pablo Pichardo, só realizou dois saltos, tendo aberto o concurso com 16.98, apurando-se diretamente para a final.

 Também participante na qualificação, Nelson Évora marcou um salto válido de 15.39 e ficou fora da final na sua última participação em Jogos Olímpicos, condicionado por um problema físico. “Não esperava que me fosse saltar a virilha no primeiro ensaio.

Saio um pouco triste, mas de cabeça erguida. Tentei saltar pelos portugueses, porque sei que esteve muita gente a acompanhar. Aguentar uma competição com dores não é nada. Temos de lutar até ao fim, lutei até ao fim”, disse o campeão olímpico de Pequim 2008.

Tiago Pereira saltou 16.71 e posicionou-se no 16.º lugar, tendo ficado a quatro lugares e a doze centímetros da final, cujo último lugar de acesso foi conseguido por um dos favoritos à vitória, o Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso (16.83).

“Este é o meu primeiro ‘major’, nunca fui a um Mundial, nunca fui a um Europeu, queria mais, queria fazer mais e sabia que podia chegar à final. Estou bem, ainda há duas semanas saltei 17.11”, comentou o jovem atleta da Equipa Portugal.

Cátia Azevedo qualificou-se diretamente para as meias-finais dos 400m, ao terminar a série 2 das eliminatórias no 3.º lugar, em 51.26, o que corresponde à 15.ª posição no total das 45 participantes.

“Este resultado estava a ser trabalhado”, disse Cátia Azevedo no final da prova. “Tenho feito uma época muito equilibrada, mas estamos num grande palco e amanhã está tudo em cima da mesa. Que seja um dia para sorrir. Estar numa meia-final de velocidade é muito bom.”

Francisco Belo foi 16.º no concurso do lançamento do peso e ficou fora do grupo de doze atletas que disputará a final dos Jogos Olímpicos.

O atleta da Equipa Portugal começou a competição com um nulo, mas uma segunda tentativa rendeu-lhe 20.58 e colocou-o no 3.º lugar provisório do grupo A, no qual apenas três competidores conseguiram o apuramento direto, fixado em 21.20 – o neozelandês Thomas Walsh (21.49), o brasileiro Darlan Romani (21.31) e o egípcio Mostafa Hassan (21.31). Com o evoluir da prova foi baixando até ao 7.º lugar. Mas faltava lançar todo o grupo B, cujos concorrentes o fizeram baixar até à 16.ª posição.

Francisco Belo comentou a espera pelos resultados do grupo B no Estádio Olímpico e o resultado final: “Estava à espera de mais, agora já não podia fazer nada. A competição do grupo B correu muito bem, lançaram longe. Fiquei em 16.º, não era o que ambicionava, pois ambicionava passar à final. Conseguimos ver o quão difícil esta competição é quando o campeão do mundo fica em 11.º, ali mesmo na base da tabela para se qualificar, e o campeão europeu, que me tirou das medalhas, ficou em 17.º, atrás de mim.”

CANOAGEM. A obtenção da melhor marca da história Olímpica na meia-final da prova de K1 1000 metros – 3:22.942 – deixava antever um Fernando Pimenta focado e pronto para dar tudo na procura de um grande resultado. E conseguiu, somando mais uma medalha à sua história Olímpica, depois da prata em Londres 2012 na embarcação K2, juntamente com Emanuel Silva.

Na final, cerca de duas horas depois, a competição seria mais feroz e o português teve de lutar até aos últimos centímetros para assegurar o bronze e cumprir o seu objetivo de conquistar uma medalha Olímpica individual.

“Este é um dos sonhos, falta o outro que é ser Campeão Olímpico, mas saio de consciência tranquila, sei que dei tudo neste ciclo Olímpico. Só tenho de estar feliz, os dois húngaros foram mais fortes que eu e só tenho de felicitá-los e estar agradecido a todos os portugueses e a toda a estrutura que me apoiou neste ciclo Olímpico”, referiu Fernando Pimenta.

Balint Kopasz viria a ser campeão Olímpico e a melhorar a marca que Pimenta trazia das meias-finais (3:20.643). O segundo lugar do pódio foi para o também húngaro Adam Varga (3:22.431) e Fernando Pimenta fechou o pódio com 3:22.478.

Teresa Portela disputou ao início do dia a passagem à final dos 200 metros, mas ficou fora das apuradas e teve de se contentar com a final B, apesar de ter feito o 6.º melhor tempo das meias-finais: 39.301. “Já sabia que seria uma semifinal bastante complicada e fico triste por ter o sexto melhor tempo e mesmo assim ter de disputar a final B.

Tentei encarar como mais uma oportunidade de mostrar que merecia estar noutra final, porque claramente fazia parte das melhores”. A canoísta entra amanhã na prova dos 500 metros e conta com a sua experiência para “agarrar a oportunidade”.

EQUESTRE. Luciana Diniz garantiu a passagem à final da prova de saltos de obstáculos, ao fazer um percurso limpo, sem penalizações e um tempo de 85.62.

Vertigo du Desert, o seu cavalo, mostrou-se seguro e adaptado à pista, tal como a cavaleira confirmou no final da qualificação “Ele tem estado a semana toda muito bem, mas está muito bem-adaptado ao clima e está em forma”.

Também a cavaleira assegura que a dupla passa por um bom momento e que amanhã esperam uma prestação ainda melhor. “O plano hoje era qualificar para a grande final de amanhã, que as vezes é o passo mais difícil porque tem de estar tudo já perfeito. O nosso objetivo está cumprido e amanhã há uma grande missão na final. Amanhã vou dar o meu melhor, estou superconfiante.”

VELA. Jorge Lima e José Costa classificaram-se em 7.º lugar na competição olímpica de 49er e conquistaram mais um diploma para a Equipa Portugal.

A dupla de velejadores atingiu a Medal Race de todas decisões no sexto lugar, com aspirações de melhorar a classificação, mas foi-lhes assinalada uma largada irregular que os retirou logo da regata e ditou a classificação final.

“Não era isto que queríamos para a nossa última regata nos Jogos, mas a alta competição é assim”, sublinhou Jorge Lima. “Estávamos preparados para ganhar a regata e íamos muito bem. Fomos apanhados de surpresa por termos largado fora.

Ainda assim, o que há a realçar é a semana toda, a prestação que tivemos nestes Jogos foi excelente, não acima das nossas expetativas, porque sabíamos qual era o nosso potencial.”

José Costa também reagiu com satisfação: “Estamos contentes, porque demos ao nosso País, à nossa modalidade, sempre emoção até à última.” No Rio 2016, a dupla da Equipa Portugal tinha sido 16. ª classificada e havia contas a ajustar. “Queríamos vir aqui corrigir esse mal-entendido entre nós e a classificação”, afirmou José Costa. “E conseguimo-lo através de muito trabalho. Este resultado sabe-nos bem.”

Na classe 470, os irmãos Diogo e Pedro Costa partiram para o último dia de regatas antes da Medal Race na 13.ª posição e os últimos resultados não ajudaram a melhorar. Na nona e 10.ª regatas foram 12.ºs e 17.ºs e acabaram a competição no 15.º lugar final.

“Sabíamos que matematicamente era possível apurarmo-nos para Medal Race, que era o nosso objetivo, mas também sabíamos que a probabilidade era bastante baixa”, explicou Pedro Costa. “Demos o nosso melhor, tentámos assumir riscos e parecia que na primeira regata poderíamos ter conseguido um bom resultado, mas infelizmente não aconteceu.”

“Este é um campeonato completamente diferente dos outros. A nível pessoal foi uma experiência muito enriquecedora, mas esperava fazer um resultado melhor do que este”, disse Diogo Costa.

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