O Aquário Vasco da Gama, da Marinha Portuguesa, recebeu uma oferta muito especial de um pescador. Trata-se de um Tubarão-anão (Squaliolus laticaudus), uma raridade em Portugal.
Este tubarão foi encontrado no passado dia 18 de março pelo Sr. Manuel Prates, na Praia da Fonte da Telha.
A espécie foi identificada por um dos biólogos do Aquário que partilhou fotografias do exemplar com investigadores especializados no estudo de tubarões, os quais nunca haviam observado um animal destes, confirmando assim a sua raridade.
Este pequeno tubarão atinge um máximo de 20 cm e vive entre os 200 e os 1200 metros de profundidade. Realiza migrações verticais diárias, subindo até aos 200 metros durante a noite e recuando para o fundo durante o dia.
Ao longo da sua história o Aquário Vasco da Gama (AVG) foi sempre uma referência para todos aqueles que se interessam por animais marinhos. Muitos exemplares das coleções do Museu foram oferecidos por pescadores que encontraram um peixe estranho, que desconheciam, ou pessoas que avistaram um animal fora do comum arrojado na praia, é o caso deste Tubarão-anão que irá enriquecer a coleção do AVG.
O Aquário Vasco da Gama agradece, de forma pública, ao Sr. Manuel Prates a sua generosa oferta e congratula-se pela ligação que continua a manter com a população, lembrando que o Aquário faz parte da memória afetiva de todos.
Sobre:
O Aquário Vasco da Gama foi inaugurado a 20 de Maio de 1898, numa cerimónia de grande impacto público, na presença da Família Real e numerosas individualidades da época. Foi um dos primeiros aquários no mundo, sendo a sua construção ordenada pela Comissão Executiva da celebração do 4º Centenário da partida de Vasco da Gama para a viagem do descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia.
Na altura da inauguração o Rei D.Carlos, cuja influência havia sido determinante para a edificação do Aquário, realizou numa das suas salas uma exposição com o material zoológico por ele recolhido nas campanhas oceanográficas de 1896 e 1897.
Findas as festas das comemorações, ficou o Aquário sendo propriedade do Estado. Em Fevereiro de 1901, a sua administração foi entregue à Marinha, onde permanece até hoje como organismo cultural.