Que etapa! Que bonito final em plena “Sala de Visitas do Minho”. Fafe não fez por menos e proporcionou, depois da fantástica passagem pelo troço de terra batida da Casa do Penedo, um sprint longo e aplaudido por milhares de pessoas no centro empedrado da cidade onde Adrián Bustamante (Kelly/Simoldes/UDO) venceu a oitava etapa da Volta a Portugal.
Foi um trio hispânico que discutiu a chegada da oitava etapa. Bustamante superiorizou-se a Mikel Iturria e Luis Angel Maté, dois homens da equipa basca Euskaltel/Euskadi. A vitória do colombiano, muito festejada na formação de Oliveira de Azeméis, quase nada mexeu nas primeiras posições da Classificação Geral.
Dois segundos depois do trio chegou um primeiro grupo onde estava o Camisola Amarela Continente, Colin Stusssi (Team Vorarlberg) que manteve a liderança e António Carvalho (ABTF Betão/Feirense), o melhor português do dia. A única diferença que os resultados de Fafe proporcionaram entre os primeiros da Geral foi a aproximação de Luis Angel Maté, terceiro na etapa, a Artem Nych. O espanhol e o russo estão ambos a 28 segundos do comandante a faltarem duas etapas para o fim da Volta. Henrique Casimiro (Epafel) continua a ser o melhor português a 45 segundos do primeiro classificado.
“Sterrato” do Rali foi Pista para a Volta
À saída do nordeste transmontano, a expectativa já era muita para os quilómetros finais da etapa. Foi o dia mais curto da Volta. O pelotão saiu de Boticas às 13h40 para pedalar 146,7 quilómetros numa tirada considerada de transição por estar entre a Serra do Larouco e a chegada de amanhã a Mondim de Basto (Sr.ª da Graça).
Entre movimentações mais ou menos importantes destaca-se neste dia a passagem num percurso de quatro quilómetros e meio de terra batida habitualmente utilizado no rali de Portugal, o troço da Casa do Penedo, a 20 quilómetros da meta.
A utilização do “sterrato”, como é habitual designar-se além fronteiras, fez as delícias de quem acompanhou os ciclistas no local e através das imagens fantásticas transmitidas pela RTP. A dureza do percurso, o esforço dos atletas e o pó, além do enquadramento natural da paisagem, foram partes de um cenário que provou a escolha acertada que foi a opção pelo troço da Casa do Penedo.
Puro Trepador com Veia para o Sprint
O vencedor da etapa, Adrian Bustamente, é teoricamente um trepador puro com predileção pela montanha como tantos colombianos. Até hoje o corredor de 25 anos da Kelly/Simoldes/UDO conquistou duas vitórias, curiosamente sempre ao sprint e em grupos reduzidos. Ambos os triunfos foram alcançados este ano, na quarta etapa da Volta ao Alentejo e nesta oitava tirada da Volta a Portugal Continente.
Elástico de Miguel Ángel Fernández Rebentou
O ciclista espanhol da Burgos-BH foi sempre, desde o início da etapa, um dos primeiros a descolar em cada subida. Depois acabava por recuperar para logo de seguida voltar a ficar para trás. Andou permanentemente no “elástico”, como se diz na gíria do ciclismo, mas acabaria por romper já na parte final da etapa e o abandono foi inevitável.
Abelhas ao Ataque, Carro Médico ao Serviço
As abelhas não têm dado descanso ao pelotão e há registo de vários os casos de ciclistas picados durante esta edição da Volta. Diogo Barbosa (AP Hotels & Resorts/Tavira/SC Farense) foi a vítima desta etapa tendo de ser assistido pelo carro do médico.
Temperatura Mais Baixa
A etapa oito desenrolou-se com os termómetros durante grande parte do tempo abaixo dos 30 graus. A situação foi anormal tendo em conta que a competição iniciada a 9 de agosto até hoje tem vivido sempre com muito calor, especialmente nos primeiros dias, com temperaturas a rondar os 40 graus. Esta etapa foi uma lufada de ar fresco.
Subir a Srª da Graça é treino para Viana do Castelo?
Este sábado a luta pelas diversas classificações continua na estrada com a etapa número nove considerada Rainha, tal como foi também a subida à Torre. São os últimos 174,5 quilómetros em linha porque no domingo cai o pano sobre a 84ª Volta a Portugal Continente com o contrarrelógio considerado crono escalada ao Santuário de Santa Luzia.
A Partida deste sábado, às 12h30, será em Paredes rumo ao ponto mais alto de Mondim de Basto, a Srª. da Graça. Como habitualmente nesta etapa não vão faltar Prémios de Montanha. Serão cinco contando com a meta final. As principais no Marão, no Parque Natural do Alvão e, claro, na subida final de quase nove quilómetros no Monte Farinha, após o mar de gente que se costuma concentrar e acotovelar quando o pelotão passa na vila de Mondim que conta como Meta Volante. Outros locais para os sprints intermédios: Paredes e Amarante.
Distinção a Márcio Santos
Figura destacada na Volta a Portugal há várias décadas e com larga dedicação a divulgar a modalidade do ciclismo durante todo o na na imprensa regional, Márcio Santos vai receber este sábado, à partida da etapa, em Paredes, o reconhecimento por parte da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Em abril, por proposta da Direção, a Assembleia Geral decidiu atribuir-lhe por unanimidade o título de Sócio de Mérito que será agora entregue num gesto de distinção e reconhecimento ao qual a organização da Volta a Portugal Continente também se associa.
Mácio Santos pertenceu no passado a algumas equipas, foi figura de proa da organização no tempo do diretor Serafim Ferreira e, nos últimos anos, repórter sempre presente nas mais diversas provas de profissionais ou dos escalões de formação do ciclismo português. Em comum, a qualquer função que desempenhou sempre demonstrou uma paixão enorme pelo ciclismo.
Ciclismo Feirense em Livro
Será apresentado este sábado, antes da Partida da 9ª etapa, um projeto que reúne em livro as origens e os nomes que ao longo das décadas têm feito a história do ciclismo feirense. “Ases do Pedal de Santa Maria da Feira”, da autoria de Roberto Carlos Reis e edição da Liga dos Amigos da Feira, tem entre outros, um capítulo dedicado aos vários e famosos vencedores da Volta a Portugal em Bicicleta naturais da região.