O ano era 2020, início da pandemia e isolamento social, então para não haver contato direto com seus oponentes, os cariocas praianos inventaram uma modalidade sem contato com seus adversários, a chamada “Altinha” conheça as regras e benefícios desta modalidade.
As famosas rodas de altinha que chama a atenção dos banhistas nas praias do Rio de Janeiro não sumiram durante o verão da pandemia! Afinal, muitas pessoas deixaram de frequentar as praias lotadas para evitar contaminação. Mas os praticantes da “Altinha” que nada! Além de uma parcela das pessoas irem à praia mesmo sob o risco do vírus da covid-19. Mantendo a altinha viva, quem disse que não se pode praticar a atividade no quintal de casa ou mesmo na sala e no quarto? De preferência depois de tirar as decorações frágeis e quebráveis do ambiente. A altinha é um esporte carioca por excelência, declarada patrimônio imaterial da cidade em janeiro de 2019. Democrática, saudável e extremamente colaborativa, é praticada por pessoas de todas as idades. Basta ter uma bola e ao menos um parceiro. O objetivo é não deixar a bola cair no chão, mantê-la sempre no alto, e para isso só as mãos estão proibidas, o que é ótimo quando se quer evitar a contaminação. De resto, pés, pernas, peito, cabeça, ombro, vale quase tudo. Mas é bom lembrar que ela só é permitida à beira-mar depois das 17h, para não atrapalhar os banhistas, só que uma regra não obedecida “Coisas de cariocas”
Mas a altinha, surgiu nos anos 60 nas praias do Rio como um misto de lazer e esporte. Não existia um compromisso nem limitação de pessoas jogando. A brincadeira ficou popular em 1994, em Ipanema, quando um grupo de atletas se juntou para definir algumas regras e acrescentar algumas manobras do futebol e do futevôlei, para dificultar a brincadeira.
A altinha ganhou fama, de cinco anos para cá foi o pico, quando os campeonatos começaram a acontecer com mais frequência. E o público feminino aumentou muito, para um esporte antes predominante masculino, agora com as redes sociais, com meninas e mulheres maduras praticando o esporte, e avanço das redes sociais! A modalidade ficou uma febre, saindo do Rio para outras praias – conta Victor Zanata 22 anos, ex-jogador de futebol das categorias de base do Flamengo, que faz prática da “Altinha” desde 0s 4 anos de idade, e ex-atleta. Onde praticava com seu pai Claudio Zanata ex-jogador e amante da modalidade.
A prática, agora com status de patrimônio imaterial do Rio, atrai cada vez mais gente.
Viver do esporte
O esporte pode mudar a vida de alguns atletas, com a divulgação em redes sociais, inclusive os transformam em câmeras-man, videomakers e influencers. Foi o que levou Victor Zanata a deixar o futebol e migrar para a modalidade. Apaixonado pela prática da modalidade hoje trabalha fazendo divulgação através de vídeos nas redes sociais.
A altinha me deu oportunidades tanto de socialização como de descobrir aquilo em que trabalho hoje, o audiovisual. Foi através de filmagens de jogos com o celular que eu me interessei pela área – explica o atleta.
Regras na altinha
Cada equipe de altinha tem a sua característica e cada jogo tem uma personalidade. Para jogar, precisa ter apenas uma bola. Os prêmios variam de 500 a 1000 reais, além de o torneio oferecer outros benefícios.
5 minutos de apresentação do grupo;
Tem um máximo de quatro participantes por equipe;
Deve haver no mínimo uma mulher na equipe;
Cada equipe se apresenta por vez para uma análise de três a quatro jurados;
A pontuação é feita de acordo com a manobra do atleta (parecido com o surf);
Quanto mais a equipe deixar cair a bola, menos ela pontua.
Manobras
Bike: 15 pontos, Voleio: 15 pontos, Shark attack: 12 pontos, Salto com corte de cabeça: 10 pontos Escorpião: 15 pontos Benefícios Trabalha a musculatura das pernas; É uma atividade aeróbica;Aumenta o equilíbrio. Queima calorias: de 700 a 1000 calorias num campeonato; Promove interação e sociabilização; trabalha a coordenação motora;estimula a concentração. Fonte: TikTok @zanatavt
Nota: texto redigido em português do Brasil