“O jogador português é o melhor profissional que há no futebol europeu”, referiu o selecionador Roberto Martínez, no almoço de empresários da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa.
No encontro, que contou com as presenças do Presidente da FPF, Fernando Gomes, do novo embaixador espanhol em Lisboa, D. Juan Fernández Trigo, e do Presidente da Câmara de Comércio, Miguel Seco, além dos representantes de grandes empresas portuguesas e espanholas com laços económicos comuns, o Selecionador Nacional falou sobre o tema da liderança.
Perante uma plateia atenta, o técnico espanhol, de 50 anos, explicou algumas das técnicas que utiliza no seu dia-a-dia profissional, não deixando de elogiar a equipa principal das ‘quinas’, que se qualificou para o Euro2024.
“Na Federação [FPF] temos lendas como Pauleta, Hélder Postiga e João Pinto, que é diretor da FPF. Isto mostra cultura, mostra passado, o que realmente precisam para jogar pela seleção. O jogador português é o melhor profissional que há no futebol europeu. Portugal tem 82 jogadores nas grandes ligas do mundo e é uma sorte para mim poder orientar estes jogadores. O meu trabalho é priorizar as dinâmicas no grupo, porque podemos jogar com um estilo defensivo, de ataque e de contra-ataque”, declarou o selecionador português, que afirmou sentir-se um sortudo por ter à disposição 82 jogadores convocáveis para a seleção das ‘quinas’.
Roberto Martinez, agradeceu ainda a forma como foi recebido em Portugal: ´Foi um sentimento especial. Foi como voltar a casa na forma de viver, no clima e hospitalidade do português. Encontrei uma federação que tinha um trabalho de 12 anos e uma estrutura profissional. A FPF tem isso para trabalhar ao máximo nível”, revelou o selecionador.
Recordando o seu trabalho com a seleção da Bélgica, que treinou entre 2016 e 2022, Roberto Martínez, revelou as dificuldades com que se deparou, contrastando com a mentalidade ganhadora do jogador luso que encontrou em Portugal e que foi uma das coisas que mais o surpreendeu. “O jogador português é competitivo. Isso é uma grande virtude e difícil de encontrar hoje em dia”, sublinhou.
Falando para um público maioritariamente composto por empresários, Roberto Martínez, considerou por analogia que “trabalhar no futebol é igual a trabalhar em negócios”, em prol do “mesmo objetivo, sendo que, no desporto ‘rei’, “não dá para esperar por bons resultados a longo prazo. A grande diferença dos grupos de negócios e dos grupos desportivos é a emoção de ganhar e de perder um jogo. Mas pode-se perder e continuar a seguir os objetivos. Na minha cabeça vou estar nos próximos 50 anos a tomar as decisões para o melhor da empresa. A minha responsabilidade, foi sempre de criar equipas ganhadoras e essa é a forma de trabalhar”, argumentou.
Já a finalizar, o selecionador nacional explicou ainda as particularidades de trabalhar na área do futebol: “O ego grande é o mais positivo que existe. Isso quer diz que a pessoa se sente capaz e sente-se mais capaz do que os outros. O importante é o comportamento, é criar um ambiente de alto rendimento. Uma equipa não se motiva. Essa não é a parte forte, mas sim o compromisso”, concluiu.
De recordar que o Campeonato da Europa de 2024 vai decorrer na Alemanha, entre 14 de junho e 14 de julho.