Vinho na Vila: As adegas de Vila Alva abriram-se para dar a conhecer o Vinho de Talha

As portas das adegas de Vila Alva abriram-se para receber a segunda edição do Vinho na Vila, o evento que promove o Vinho de Talha.

Vinho na Vila em Vila Alva
Vinho na Vila: As adegas de Vila Alva abriram-se para dar a conhecer o Vinho de Talha - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

A segunda edição do Vinho na Vila, trouxe de novo a festa e a animação a Vila Alva, uma pacata aldeia do município de Cuba, no coração do Alentejo. No último sábado, os visitantes tiveram a oportunidade de explorar as suas ruas estreitas, e mergulhar numa tradição milenar, que envolve o vinho de talha, cultura e claro, gastronomia.

Espalhadas por Vila Alva, encontravam-se 13 adegas, (mais 2 que o ano passado) para serem descobertas, assim como os vinhos de 35 produtores que de norte a sul de Portugal aqui marcaram presença. Foram mais de 250 vinhos em prova, de várias regiões do país, entre novidades e curiosidades, mas cujo grande protagonista foi o Vinho de Talha.

Ao nível gastronómico, a Rota do Petisco, oferecia vários petiscos regionais, também eles distribuídos pelas adegas, e no final do dia, foi servido um jantar harmonizado com os vinhos presentes nas adegas.

Nesta visita ao Vinho na Vila em Vila Alva, conhecemos projetos, histórias de vida e de paixão pela arte de fazer vinho, como o projeto Adega Cananó Wines do jovem João Vieira, que inspirado pelo seu avô, e juntamente com o seu pai, José Vieira, têm vindo a produzir Vinho de Talha, na zona de Cabeção. Também os franceses Anne-Marie e Laurent Hallez, que se apaixonaram por aquela região e têm agora uma produção própria de um vinho a que apelidaram de Encosta do Pinhal. Ambos os casos fazem parte da Confraria de Vinhos de Talha de Cabeção constituída em 2023 com objetivo de assegurar técnicas ancestrais e uma produção de Vinho de Talha de barro no concelho de Mora com características únicas devido ao terroir e as castas utilizadas, destacando-se o castelão nos tintos e nos brancos Fernão Pires.

Na Adega do Guel, estavam presentes produtores desde Setúbal, ao Douro onde tivemos oportunidade de conhecer o produtor do vinho Alto da Serra que tem como lema proteger, regenerar, reciclar, aprender e desenvolver. Na Adega do Figueira, encontrámos, da Região do Alentejo a Herdade do Rocim, o produtor Amoreira da Torre, e o produtor Courelas da Torre com os seus Vinhos naturais e Vinhos biológicos com certificação orgânica, e que são produzidos desde 2013 pela família no Redondo, e da serrana região do Dão o  projeto original Ladidadi wines.

A Talha de Frades que encontramos na Adega Manuel Fernando, conhecemos o seu produtor Alexandre Frade, que nos deu a conhecer os seus Vinhos de Talha, o branco Millennial 2022, o original branco Castas Antigas 2019, e os tintos 1por 1 2018 e o N.º 3 de 2017, este último, um vinho com forte personalidade.

Na Adega do Mestre Daniel, conhecemos os Vinhos de Talha, XXVI TALHAS, e encontramos ainda o icónico produtor da Região de Lisboa e do TEJO, Hugo Mendes.

Marcaram ainda presença, da região do Dão, o Quinta da Ramalhosa, da Beira Interior o produtor Gardunha Sul, a partir de Região de Lisboa um casal de enólogos representa a Curativinhos, uma proposta de Vinho muito própria, assim como o produtor Quinta do Monte d’Oiro, Quinta do Piloto, e adega familiar Vinhos Desviso, da Região dos Vinhos Verdes.

Estiveram presentes, da Região da Península de Setúbal, a FR Wines e A Serenada, assim como o produtor Poema. Da Região do Alentejo o produtor NATUS, A Quinta da Pigarça, Honrado Vineyards, A Adega Coop. de Vidigueira, Cuba e Alvito com muita oferta de Vinhos e também Vinhos de Talha, o produtor MAQUETE, o produtor MAINOVA, o produtor Gerações da Talha, o projeto LEGADO DE TALHAS. Destaque para o produtor Artisan Terroir um projecto que visa na sua proposta de Vinho muito o tema família, e o produtor 1000 curvas, projeto de Rodrigo Soares e Pedro Mota com Vinhos na região dos Vinhos Verdes, Douro, assim como o produtor João M Barbosa Vinhos.

Já perto do final do dia, passamos pela Adega do Bezerrão e com Eng. Gilberto Marques conhecemos o produtor Cas’Amaro da região de Lisboa, os Vinhos de Joaquim Arnaud produtor de Pavia (Alentejo) que marca pela originalidade e criatividade em diversos tipos e regiões, e vivenciamos a pezga de talhas, uma técnica de trabalhar o barro em especial as talhas em diversos formatos, com séculos de tradição.

Sobre o Vinho de Talha

O método de produção de vinho de talha, foi introduzido pelos romanos, há mais de dois mil anos. Hoje, os alentejanos são os verdadeiros guardiões dessa técnica ancestral, onde as castas Antão Vaz, Roupeiro, Manteúdo, Perrum, Diagalves e Larião são cultivadas em vinhas centenárias, autênticos tesouros vivos que resistiram ao tempo e à modernização.

aNOTÍCIA.pt