A 10.ª edição do Fórum Turismo Interno, Vê Portugal, a decorrer em Torres Vedras, teve a importância das acessibilidades como um dos principais desafios que se colocam ao turismo interno na região Centro de Portugal.
Na sessão de abertura, Raul Almeida, presidente da Turismo do Centro, iniciou a sua intervenção destacando a importância das acessibilidades, como um dos desafios que se colocam ao turismo interno na região Centro de Portugal.
“Se é certo que o crescimento está a bater todos os recordes, também me parece evidente que a região cresceria ainda mais se fosse mais fácil de chegar ao Centro de Portugal, de avião, de comboio ou até de automóvel. Não tendo sido possível um aeroporto que servisse a maior região do país, então apelo aos decisores políticos que olhem com atenção redobrada para as restantes acessibilidades ao Centro de Portugal”, considerou Raul Almeida.
O presidente da Turismo do Centro, considerou que “A região é estruturalmente mal servida por ferrovia e, nas estradas, é fundamental avançar com a transformação do IP3 em autoestrada, assim como construir o IC31, entre a A23 e Espanha, via Monfortinho.”
Antes, no discurso de abertura do Fórum Turismo Interno, Vê Portugal, Laura Rodrigues deu as boas-vindas aos participantes e, além de enaltecer as potencialidades turísticas do concelho de Torres Vedras, recordou a pertinência do tema do Fórum. “Não nos esqueçamos que, neste preciso momento, milhões de pessoas estão a viajar em centenas de países, contactando com culturas e patrimónios profundamente diferentes. De certeza que ficarão ligados a esses territórios pelo conhecimento e por uma perceção que contribuirá decisivamente para a construção de pontes, mote deste Fórum Vê Portugal”, frisou a Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras.
Por sua vez, Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo de Portugal, focou a sua intervenção também nas acessibilidades. “Não há dúvida de que, com o novo aeroporto, que permitirá a entrada de mais turistas em Portugal, haverá mais visitantes a circular pelo país. Mas ainda temos muito a fazer noutras acessibilidades. Continua a ser essencial encurtar distâncias no país e permitir que as várias regiões estejam ligadas não apenas por autoestradas, mas por uma linha férrea modernizada, mais cómoda e rápida. Assim acontece noutros países europeus, onde os turistas recorrem ao comboio para conhecerem o interior desses países”, reforçou.
A terminar a sessão de abertura, o Secretário de Estado do Turismo, abordou os desafios que se colocam às Entidades Regionais de Turismo (ERT), a quem deixou alguns desafios
” Por um lado, têm de ser mais integradoras e mais colaborativas, uma vez que os seus objetivos são comuns: o crescimento, a sustentabilidade, o esbater sazonalidades, entre outros. Um segundo desafio é o da inovação e pragmatismo. Em terceiro lugar, devem ser disruptivas e assumirem novos desafios. É importante para mim colocar na revisão da Lei 33 [Lei das ERT] a ideia de as ERT se assumirem como organismos intermédios, que possam ter a capacitação de programas comunitários e que facilitem o acesso daqueles que, nos territórios, estão afastados dos grandes programas nacionais”, afirmou Pedro Machado.
Esta alteração, segundo Pedro Machado, “significa não só reconhecer a relevância institucional das ERT, mas também descentralizar algumas áreas do Turismo de Portugal”, que a terminar, lançou ainda um quarto desafio: alterar o modelo de governança, com a inclusão de mais entidades privadas.
Painéis de debate
A manhã foi concluída com os dois primeiros painéis de debate do fórum. O primeiro dedicado, precisamente, aos “Desafios para as Entidades Regionais de Turismo”.
Moderado por Carlos Abade, Presidente do Turismo de Portugal, juntou cinco presidentes de regiões de turismo: Raul Almeida, do Centro de Portugal, Luís Pedro Martins, do Porto e Norte, Carla Salsinha, do Turismo de Lisboa, José Santos, do Alentejo e André Gomes, do Algarve.
Os oradores, em sintonia, concordaram que os grandes desafios ao seu funcionamento passam por estruturar e criar produtos atrativos, que levem os visitantes a percorrer todo o território, e não apenas os destinos mais maduros turisticamente, além de requalificar e valorizar as experiências dos turistas e, acima de tudo, crescer em valor.
Para tais objetivos serem alcançados, consideraram fundamental o reforço da autonomia financeira e administrativa das regiões, com novas competências, uma vez que há demasiados procedimentos burocráticos que entravam os processos.
O segundo painel teve como tema “Turistas Improváveis: Experiências Inspiradoras Rumo à Promoção da Paz em Territórios de Guerra” e contou com os testemunhos de “turistas improváveis”, avaliando de que forma a sua ação promove a paz em territórios ou destinos com maior agitação social. Moderados por Dulcineia Ramos, vereadora da Câmara Municipal de Torres Vedras, participaram Bruno Santos, piloto torriense de Motos TT e Rally Raid, Mário Patrocínio, escritor e cineasta torriense e Rui Nunes da Silva, presidente do IPAV – Instituto Padre António Vieira.
Descobrir Torres Vedras
À tarde os participantes Fórum Turismo Interno, Vê Portugal, foram desafiados a “Criar Pontes em Torres Vedras”. Esta iniciativa teve como objetivo dar a conhecer aos congressistas alguns dos ativos turísticos do concelho. Os participantes puderam escolher entre cinco atividades, todas gratuitas e realizadas em parceria com o Município: Visita às Linhas de Torres, descobrir o Centro Histórico de Torres Vedras, Visita à “Adega Mãe” e degustação de vinhos, Visita ao Centro de Artes e Criatividade e Visita ao Museu do Ciclismo Joaquim Agostinho.