Que final do triplo-salto! Dois saltadores acima de 18 metros nunca acontecera antes em grandes competições, Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais ou Europeus. Foi em Roma, no quinto dia dos Europeus. O espanhol Jordan Diaz Fortun (18,18 metros, recorde de Espanha) e o português Pedro Pichardo com 18,04 metros, recorde de Portugal, sagra-se vice-campeão. Tiago Pereira ficou em quarto lugar, com 17,08 metros.
Tudo se decidiu nos saltos finais. Ao quinto ensaio o espanhol fez o seu melhor salto de sempre (18,18 m), passando Pedro Pichardo, que tinha 18,04 metros desde o segundo ensaio, e Tiago Pereira, que seguia em terceiro lugar desde o primeiro ensaio, com 17,08 metros, viu-se ultrapassado pelo francês Thomas Gogois, que andava pelos 16,50 e alcançou agora 17,38 metros!
“Foi uma competição de altíssimo nível”, referiu o vice-campeão Pedro Pichardo, aludindo ao facto de nunca, até agora, dois atletas decidiram títulos em grandes competições, acima de 18 metros. “Eu sabia que ele podia fazer um salto assim. Por isso eu também treinei bastante para chegar aqui e saltar bem longe. Cheguei aos 18 metros, algo que não fazia desde 2015. A pista não me deu muita segurança. Eu ando há muitos anos no triplo e notava que ele poderia estar bem”, respondeu perante as perguntas.
Sobre a entrada forte, o vice-campeão Pedro Pichardo afirmou que não tinha “nenhuma estratégia, o que interessava era fazer o melhor desde o primeiro salto”, referiu o atleta que tem mais concursos acima de 18 metros (11).
Já no que espera para Paris “é uma competição muito forte. Mas eu mostrei que estou bem, com este salto. Lá estaremos, com o Jordan Diaz, o Andy Diaz, o jamaicano Hibert, o próprio Zango, os cubanos… Seremos muitos e acredito que iremos saltar perto do recorde mundial para vencer!
Para Tiago Pereira, a tristeza de se ver assim ultrapassado quando quase saboreava o sabor do bronze, “Não posso dizer que estou muito desiludido, pois saltei o meu melhor deste ano, não saltei mal. Não estou, de facto, triste por perder assim a medalha, mas também sei que tenho trabalhado para conseguir saltar mais longe. Hoje voltei aos quartos lugares…”, falou o atleta no final. “Tenho de continuar a trabalhar para estar cada vez mais perto deles. Noutras competições isto teria dado para estar no pódio, mas hoje não foi assim”, concluiu.
Na final dos 400 metros barreiras, que a neerlandesa Femke Bol venceu em 52,49 segundos, recorde dos campeonatos, Fatoumata Diallo, terminou em oitavo lugar, com a marca de 55,65 segundos.
A recém recordista de Portugal (com 54,65 segundos, na tarde de ontem), estava “muito satisfeita pelo que fiz. Confesso que esperava chegar mais perto do pódio, mas não aconteceu. Não faz mal. Espero no próximo fazer mais e melhor. Quero trabalhar mais e para poder lutar pelas medalhas”, afirmou, confessando que se sentiu algo cansada depois das duas corridas anteriores. “Hoje de manhã acordei com dores de cabeça e senti as pernas pesadas, mas foquei-me que tinha de correr a final e foi isso que fiz”, e acrescenta, em balanço, “no meu primeiro Europeu, cheguei à final, bati o recorde de Portugal e fiz marca de qualificação olímpica, acho que estive muito bem. Agora, no imediato, é trabalhar para me apresentar em Paris em boas condições para tentar fazer melhor”.