António Chainho, despede-se dos palcos com um ‘até já’

O mestre da guitarra portuguesa, António Chainho, despede-se com um 'até já’, dos palcos, com um concerto na Praça do Município.

António Chainho despede-se palcos
António Chainho, despede-se dos palcos com um ‘até já’ - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

O mestre despede-se dos palcos, “não com um adeus, mas com um ‘até já’, porque eu e a minha guitarra, não nos vamos separar” palavras com que Antonio Chainho, emocionado, encerrou o espetáculo de ontem, em Lisboa, após ter já revelado, alguns problemas no dedo indicador direito, que foi um dos fatores que influenciaram a sua decisão. A Praça do Município, palco do ultimo concerto de Antonio Chainho, foi pequena para acolher, os muitos fãs, que se quiseram despedir do mestre da guitarra portuguesa.

O espetáculo de entrada livre “Lisboa Saudade” contou com Carminho e António Zambujo,  Marta Pereira da Costa, discípula de Chainho e o quarteto de cordas Naked Lunch, para além dos seus músicos habituais, Ciro Bertini, no baixo e acordeão, e Tiago Oliveira, na viola.

O espetáculo começou com “Escadinhas do Duque” interpretado por Antonio Chainho e pelos seus músicos habituais. De seguida “Variações em Ré”, desta vez já com a guitarra de Marta Pereira da Costa, que tocou “Terra” em homenagem ao ‘Mestre’.

Com o Quarteto Naked Lunch, o grupo tocou “Deambulando pelo Alentejo” e um medley de vários temas da música portuguesa. Com Antonio Zambujo o público pode escutar “Guitarra junto ao Peito” e “Pica do Sete”.

Depois foi a vez de Carminho subir ao palco, para cantar “Fado Moderno” e “Se vieres”. O concerto terminou com “Rapsódia Fadista” e “Fadinho Simples” com todos em palco.

Após o encore, António Chainho, foi aplaudido de pé durante vários minutos, pelo muito publico que encheu a Praça do Município, numa noite cálida de verão.

António Chainho

António Chainho, prestes a completar 90 anos, despede-se dos palcos, assegurando que continuará a compor e a tocar para os amigos, mas também a seguir mais atentamente a escola que ostenta o seu nome, em Santiago do Cacém, seu concelho natal, no distrito de Setúbal.

Ao longo de quase 60 anos de carreira, mestre da guitarra portuguesa, iniciou a sua discografia com o primeiro álbum em nome próprio em 1975 e colaborou com grandes artistas como Carlos do Carmo, Gal Costa, Maria Bethânia, José Carreras, Maria Dolores Pradera, Adriana Calcanhoto e Teresa Salgueiro. Já depois dos 85 anos lançou o álbum “O Abraço da Guitarra”.

aNOTÍCIA.pt