
No passado 6 de abril, o Sea Me, no coração do Bairro Alto em Lisboa, foi palco de uma experiência gastronómica memorável, liderada por quatro talentosas chefs portuguesas e a inovadora chef norueguesa, Lena Flaten, que nos presentearam com uma reinterpretação surpreendente do “Cozido de Mar”.
Recentemente, o Sea Me demonstrou a sua natureza disruptiva e inclusiva ao acolher um evento especial. Justa Nobre, Lena Flaten, Natalie Castro, Inga Martin e Alexandra Sarabanda tomaram conta da cozinha do Sea Me para preparar um saboroso “Cozido de Mar”, que incluía alguns ingredientes que a chef Lena Flaten trouxe do seu país natal – a Noruega. Este evento singular, foi uma celebração da cozinha de mar portuguesa com um toque contemporâneo e internacional.
A experiência de saborear um autêntico “Cozido de Mar” é uma verdadeira imersão nos sabores frescos e intensos do oceano. A nossa jornada gastronómica começou de forma surpreendente com um reconfortante caldo de algas e tubérculos, uma criação engenhosa que evoca, no paladar, as notas características dos enchidos tradicionais, preparando o apetite para o que estava por vir.
O prato principal, o emblemático “Cozido de Mar em Ventos do Norte”, fez a sua entrada triunfal, exalando um aroma delicioso a peixe fresco temperado com ervas aromáticas. Vários tipos de peixe, cuidadosamente cozinhados no mesmo caldo de algas e tubérculos que nos acolheu inicialmente, apresentavam uma textura suculenta e um sabor delicado, realçado pela cozedura lenta e pelos ingredientes marinhos. A acompanhar esta sinfonia de sabores do mar, encontramos legumes assados na chapa, que com a sua doçura caramelizada e textura ligeiramente crocante, ofereceram um contraste perfeito.
A experiência prosseguiu de forma inesperada e deliciosa com um sorvete de cogumelos, uma criação singular da talentosa chef Lena Flaten. Diretamente da Suécia, onde comanda o seu restaurante, a chef trouxe consigo umas misteriosas bagas vermelhas (cujo nome nos escapa), que adicionou ao sorvete, conferindo-lhe um toque de acidez vibrante que contrastava de forma surpreendente com a doçura terrena dos cogumelos. Esta ousada combinação revelou uma criatividade e um domínio de sabores notáveis.
A encerrar esta memorável refeição, fomos presenteados com um clássico da doçaria portuguesa: um Abade de Priscos, enriquecido com notas cítricas e o calor da canela. A doçura rica e complexa deste doce conventual proporcionou um final reconfortante e elegante.
Toda esta viagem gastronómica foi cuidadosamente harmonizada com os excelentes vinhos da Quinta dos Carvalhais, cujas características únicas complementaram e realçaram cada etapa da refeição, desde a frescura do mar até à doçura final.
No final deste magnífico repasto, uma onda de aplausos ecoou pela sala. Todos os participantes reconheceram e celebraram o talento e a dedicação das cinco chefs que, com maestria e paixão, conceberam e confecionaram esta experiência gastronómica inesquecível.
Desta forma, o Sea Me, sob a batuta criativa do chef Elísio Bernardes, estabelece-se no coração do Bairro Alto como um ponto de encontro singular para os apreciadores do mar. A sua visão moderna e cosmopolita revitaliza a herança das peixarias lisboetas, promovendo um diálogo fascinante entre a frescura da costa portuguesa e a delicadeza da culinária japonesa. O resultado é uma experiência gastronómica memorável que eleva a fasquia da qualidade e da inovação no panorama da restauração de peixe e marisco em Lisboa.