Santi: Uma viagem de sabores do Sul de Itália com alma portuguesa

Em Lisboa, o Santi transporta-nos para a Itália autêntica com pratos deliciosos, serviço acolhedor e um toque lusitano inesquecível.

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Santi: Uma viagem de sabores do Sul de Itália com alma portuguesa - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

O Restaurante Santi, em Lisboa, é muito mais do que um simples local para comer; é uma imersão na alma vibrante e nos sabores autênticos do sul da Itália, com um toque de frescura e identidade local. A visão por trás deste espaço é de Carlos Sousa e João Pedro, amigos desde o liceu, que criaram um ponto de encontro descontraído e acolhedor, com uma estética pop e industrial que respeita a história do edifício. A atmosfera jovem e convidativa atrai um público predominantemente português, entre os 25 e os 40 anos, que valoriza momentos de partilha à mesa. E quando a noite avança, o Santi evolui para um bar animado, incentivando os clientes a prolongar a experiência.

No comando da cozinha está o talentoso chef Luccas Paixão, com uma bagagem impressionante de mais de 15 anos dedicados à culinária italiana. A sua jornada passou por trattorias tradicionais e restaurantes com estrelas Michelin, especialmente na região de Modena, onde aprofundou o seu conhecimento e desafiou os limites dos sabores clássicos. Chegando a Lisboa, Luccas traz consigo o desejo de unir no Santi, a intensidade das cozinhas de Nápoles, Palermo e Bari com a frescura e autenticidade dos produtos portugueses. A sua filosofia culinária reside em encontrar a harmonia entre o “brilho, o frenesim e a cultura da cozinha italiana” e os sabores locais, explorando as semelhanças entre Portugal e o sul da Itália, como a paixão pelo mar, o uso generoso de alho e picante, e a valorização da simplicidade.

A nossa experiência gastronómica no Santi, começou com um elegante couvert que inclui uma Caponara, uma versão leve e delicada do ratatouille, preparada com beringela, tomate cherry e azeitonas, estabelecendo o tom mediterrânico da casa. A focaccia e a scrocchiarella, ambas feitas em forno a lenha, evidenciam a seriedade com que o forno é tratado no Santi.

Nas entradas, destacamos a saborosa Montanara, uma pizza frita coberta com tomate e mozzarella de búfala,  os deliciosos Arancini, croquetes de risotto de açafrão recheados com um ragu de novilho e porco preto, finalizados com uma espuma leve de parmesão. O Antipasti Misto di Mare é outra estrela, combinando uma refrescante salada de lulas com camarão e uma salada de polvo com batata, tudo realçado por um molho de manjericão e um crocante cracker de tinta de choco. A parmegiana de beringela, cozinhada lentamente com alho e manjericão, impressiona pelo equilíbrio entre acidez e doçura.

As pizzas do Santi são resultado de uma fermentação cuidadosa de três tipos de farinha, incluindo trigo barbela português, criando uma massa de alta hidratação, crocante por fora e macia por dentro. Destacamos a saborosa pizza ‘Palermo’, uma pizza fora do comum, que certamente fará as delícias de quem não é apreciador de tomate, já que é composta por curgete ao limão, pesto de pistacchio, stracciatella e pistacchio.

Nas pastas, o Ravioli di Pesce Al Limone, massa caseira recheada com dourada ao limão e servido com um molho de marisco rico em vinho branco, tomate e salsa, exemplifica a busca do chef Luccas pelo equilíbrio de sabores.

Para a sobremesas, Carlos trouxe-nos um Tiramisù com um toque especial por ter sido confecionado, com o nosso famoso vinho do Porto, que revela bem a ousadia do chef Luccas, em combinar a tradição italiana com toques portugueses. O clássico Babá napolitano da Costa Amalfitana, o Cannoli feito com o cremoso requeijão de Azeitão e a Panacota enriquecida com ginja portuguesa, são outras das sobremesas que podemos saborear no Santi.

Para finalizar, Carlos, presenteou-nos com um Limoncello caseiro, preparado seguindo a tradição italiana.

O Santi oferece uma experiência que vai além da excelente comida. É um lugar, que nos proporciona um mergulho nos pratos do sul de Itália, sem perder a alma portuguesa. Há respeito pelas raízes, mas também a ousadia de testar novas combinações. E isso sente-se em cada garfada.

A nossa experiência foi tão positiva que não tardámos a regressar, desta vez na companhia de amigos, que não só confirmaram como reforçaram a excelente opinião que já tínhamos formado sobre o Santi.

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