
O Estádio de Alvalade foi palco de uma celebração histórica na última jornada do campeonato português, onde o Sporting CP conquistou o tão desejado bicampeonato ao vencer o Vitória SC. Os leões festejaram um feito que escapava ao clube desde o glorioso tetra em 1953/54, coroando uma época de domínio e consistência sob o comando de Rui Borges.
Com um ambiente espetacular nas bancadas de Alvalade, o Sporting entrou com tudo no jogo, frente ao Vitória SC. Logo aos 3 minutos, Geny Catamo tentou a sorte com um remate, embora sem acertar no alvo. A pressão leonina continuou, e aos 9 minutos, na sequência de um canto batido por Trincão, Gonçalo Inácio cabeceou ao lado, deixando a sensação de golo nas bancadas. O Vitória respondeu pouco depois com um cabeceamento de Villanueva após um livre, mas o lance foi invalidado por fora de jogo.
Aos 16 minutos, o Sporting explorou o flanco direito, com Geny Catamo a cruzar para a área. Gyökeres, em esforço, conseguiu desviar, mas sem criar perigo real para Bruno Varela. O domínio leonino era notório, com o Vitória a ter dificuldades em aproximar-se da área de Rui Silva. Gyökeres, figura central no ataque, tentou o golo em duas ocasiões, mas o nulo persistia.
A meio da primeira parte, um grito de golo ecoou em Alvalade, vindo da notícia de que o Sporting de Braga se colocava em vantagem frente ao Benfica, um resultado que mantinha a euforia sportinguista.
Aos 31 minutos, Bruno Varela teve de se aplicar para defender um remate perigoso de Gyökeres, após uma recuperação de bola do Sporting em zona adiantada. Cinco minutos depois, o sueco voltou a estar perto do golo, aproveitando uma facilidade de Villanueva, mas o ângulo reduzido valeu ao guarda-redes vimaranense. O momento mais dramático para o Vitória na primeira parte aconteceu aos 42 minutos, quando uma péssima abordagem de Bruno Varela quase entregou o golo de bandeja a Gyökeres, mas o ferro salvou a formação minhota. Já nos acréscimos, aos 45+5 minutos, uma bola longa para a corrida de Gyökeres isolou-o, mas o guarda-redes do Vitória fez muito bem a mancha, negando o golo e garantindo que o 0-0 se mantivesse ao intervalo.
Apesar do nulo em Alvalade, o Sporting estava mais perto de ser bicampeão nacional ao intervalo, visto que o Benfica estava a perder em Braga, um cenário que deixava os adeptos leoninos em êxtase e a sonhar com a confirmação do título na segunda parte.
O segundo tempo recomeçou com o Sporting a manter a intensidade. Aos 47 minutos, Geny Catamo cruzou e Pote rematou de primeira, mas a bola embateu em Miguel Maga. A omnipresença de Gyökeres continuava a ser notória, com o sueco a atacar, recuperar bolas e “furar paredes”, demonstrando um ritmo incansável que cansava só de ver. Aos 49 minutos, na sequência de um canto batido por Debast, Morita cabeceou sem a direção pretendida, mas a bola passou muito perto da barra, assustando a baliza vimaranense. Tal como na primeira parte, o Vitória continuava a ter dificuldades em construir momentos sólidos com bola.
A pressão leonina finalmente deu frutos. Aos 55 minutos, os jogadores do Sporting pediram penálti por um alegado braço na bola, mas o árbitro mandou seguir. A decisão do juiz não impediu a explosão em Alvalade instantes depois, com o golo de Pote! Debast recebeu no corredor central, ameaçou o remate, mas abriu para a esquerda em Maxi. O lateral tocou de primeira para Pote, que, sem preparação, rematou colocado para o 1-0 do Sporting! A descarga de adrenalina foi total em Alvalade. Com o Sporting a vencer e o Benfica a perder com o Sporting de Braga, o título estava cada vez mais nas mãos dos leões, que se lançavam para o bicampeonato numa atmosfera de pura euforia.
Mesmo com a vantagem no marcador, o Sporting não tirou o pé do acelerador. Aos 66 minutos, Geny Catamo voltou a fletir para o meio num movimento que lhe é característico e desferiu um remate fortíssimo que só foi travado pelo ferro da baliza de Bruno Varela, negando o segundo golo aos leões. Pouco depois, aos 70 minutos, foi a vez de Gyökeres tentar a sua sorte. Após um cruzamento para a área, o sueco conseguiu rodar sobre o adversário, mas o remate saiu à figura de Varela, que segurava o resultado para o Vitória SC. Já perto do fim, aos 81 minutos, um lance de algum perigo junto da área vimaranense viu Gyökeres cruzar, com o guarda-redes a antecipar-se de forma crucial ao jovem Quenda, impedindo nova finalização.
A consagração do título viria a selar-se pouco depois. Aos 82 minutos, golo de Gyökeres! Pote fez um passe em balão para a área, e Borevkovic, de cabeça, desmarcou o avançado sueco. Gyökeres, com a frieza que o caracteriza, recebeu a bola, tirou Bruno Varela do caminho com um drible, e desviou para a baliza deserta, sentenciando o 2-0 e carimbando o bicampeonato leonino.
O Sporting estava prestes a ser bicampeão mas mesmo nos últimos instantes do jogo, ainda houve tempo para um remate de Viktor Gyökeres com o pé direito no coração da área, após assistência de Maximiliano Araújo, que foi defendido em direção ao centro da baliza por Varela.
Com o apito final em Alvalade, o Sporting confirmou a sua vitória por 2-0 sobre o Vitória SC e, perante um estádio em delírio, sagrou-se bicampeão nacional. A festa estendeu-se pelo relvado e pelas bancadas, coroando uma época notável e celebrando um título que ficará gravado na história do clube.
Após o apito final e a entrega da Taça ao Sporting bicampeão, em Alvalade, a festa vai acontecer no Marquês de Pombal, engalanada de verde e branco, onde os adeptos prometem uma noite inesquecível a celebrar mais um título histórico