A pequena aldeia de Vila Alva, no concelho de Cuba, em pleno coração do Alentejo, foi o cenário da 3ª edição do Vinho na Vila — um evento que tem vindo a afirmar-se como uma das celebrações mais autênticas da região, em torno do vinho, da gastronomia e da cultura alentejana.
Entre ruas de cal branca e portas entreabertas, foram cerca de 250 os vinhos em prova, de 35 produtores, nacionais e internacionais. Este ano, o evento brindou os visitantes com vinhos oriundos não só de Portugal, mas também de países como França, Alemanha, Geórgia e Chile, proporcionando uma verdadeira viagem sensorial através de diferentes estilos e perfis vínicos.
Uma das grandes novidades foi o Mercado da Vila, um espaço dedicado à mostra e venda de produtos regionais como queijos, enchidos e outras iguarias alentejanas. Aqui, para além da degustação, era possível adquirir produtos para levar para casa — ou até mesmo comprar vinho no local e tratar do envio para a morada pretendida, graças a uma aplicação disponibilizada pela organização.
Para acompanhar os néctares em prova, não faltaram os petiscos tradicionais, com especial destaque para a irresistível sandes de porco no espeto, assado ao momento, que conquistou o paladar dos visitantes.
A programação incluiu ainda exposições de olaria e artes gráficas, passeios de charrete pelas adegas da aldeia — que culminavam num miradouro com vista para a barragem de Albergaria dos Fusos, as vinhas e os campos alentejanos —, além de novas áreas de descanso criadas para momentos de lazer e interação com os habitantes locais.
Luís Gradíssimo, do projeto Enóphilo, destaca a evolução do evento: “Este é um projeto que tem crescido de forma sustentada, em número de produtores, de visitantes, de adegas recuperadas, de novas experiências e de animação”. Desde a primeira edição, o evento já acolheu mais de 1200 visitantes, maioritariamente portugueses, com um número crescente de participantes oriundos de Lisboa — que este ano representaram mais de 60% do público.
Vila Alva, que outrora contava com cerca de 80 adegas, vê agora 16 delas reabrirem portas por ocasião do evento, muitas delas em processo de recuperação. “Há um renovado estímulo não só na reabilitação das adegas, mas também no turismo rural e na restauração local”, observa o enólogo Ricardo Santos, do projeto XXVI Talhas e membro da organização.
Com uma combinação de autenticidade, inovação e profundo respeito pela tradição, o Vinho na Vila afirma-se como uma celebração enraizada na alma do Alentejo, e promete continuar a fazer desta aldeia um ponto de encontro entre o passado e o futuro do vinho português.
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