
No palco sagrado do futebol português, o Estádio do Jamor, o Sporting sagrou-se campeão da Taça de Portugal 2024/25! Numa final eletrizante contra o Benfica, os leões ergueram o troféu após um golo no último minuto do prolongamento, fechando a época com glória.
O apito inicial deu início a um grande clássico. O Sporting, com a bola, tentou de imediato impor o seu jogo pela esquerda, mas o Benfica mostrou-se atento, recuperando a posse com celeridade.
Aos 5 minutos, Kökçü, médio encarnado, disparou um remate fortíssimo de meia distância, obrigando Rui Silva a uma defesa atenta. A resposta leonina não tardou. Aos 6 minutos, Geny Catamo protagonizou uma arrancada espetacular pela direita, deixando Álvaro Carreras para trás em velocidade. O cruzamento, contudo, não chegou a Gyokeres, que espreitava na área.
O Sporting parecia ter mais iniciativa e tentava construir jogadas ofensivas, mas a baliza de Samuel Soares mostrava-se inexpugnável. Do outro lado, aos 11 minutos, a polémica instalou-se. Kökçü cruzou da esquerda e, após uma confusão na área, Bruma rematou. A bola encontrou o braço de Gonçalo Inácio e o árbitro Luís Godinho não hesitou em assinalar grande penalidade. Contudo, após uma longa e atenta revisão do VAR, a decisão foi revertida: fora de jogo de Kökçü no início da jogada, anulando o castigo máximo e mantendo o nulo no marcador.
Com o jogo a aquecer, o Benfica começou a assumir as rédeas das ações ofensivas, criando as oportunidades mais flagrantes. Aos 19 minutos, a primeira ocasião claríssima de golo da final surgiu para os encarnados. Um erro de Debast em zona proibida deixou a bola nos pés de Pavlidis, que, em excelente posição, rematou forte. A intervenção de Rui Silva, no entanto, foi decisiva, desviando a bola para o poste e impedindo o primeiro golo da partida.
A pressão benfiquista intensificou-se. Aos 26 minutos, Carreras tentou isolar Dahl com um passe pelo centro, mas um corte providencial de Geny Catamo evitou o perigo. Dois minutos depois, aos 28, o Benfica esteve novamente perto de inaugurar o marcador. Akturkoglu fugiu pelo centro, serviu Bruma, que rematou com perigo. A bola, depois de desviar em Gonçalo Inácio, saiu a rasar a trave, deixando os adeptos encarnados com o grito de golo preso na garganta.
A partida prosseguiu com grande intensidade e muita luta a meio-campo, resultando em frequentes interrupções por faltas. Aos 39 minutos, Otamendi travou um ataque promissor do Sporting, com Gyökeres já a fletir para o meio, num lance que resultou em mais uma infração.
Nos últimos minutos da primeira parte, o Sporting conseguiu criar algum perigo. Aos 41 minutos, um pontapé de canto concedido por Florentino deu novo alento aos leões. E aos 43, Pote, de cabeça, no lado esquerdo da área, rematou após um cruzamento de Gyökeres, mas Samuel Soares defendeu. Já em período de descontos, aos 45+1, Gyökeres finalmente conseguiu um remate rasteiro, que obrigou Samuel Soares a mais uma defesa.
O Sporting entrou melhor na primeira parte e dominou a posse de bola inicialmente, mas foi o Benfica quem, na fase posterior, controlou mais o esférico no meio-campo do rival e criou a melhor ocasião com o remate de Pavlidis ao poste. Do lado leonino, o remate de Gyökeres foi a nota de maior perigo nos momentos finais. Ao intervalo, o nulo persistia no Jamor.
A segunda parte começou com um ritmo alucinante e, logo aos 47 minutos, o Benfica conseguiu finalmente quebrar o nulo. Kökçü, novamente em evidência, recebeu um passe de Aktürkoglu à entrada da grande área e disparou um remate rasteiro e colocadíssimo, sem hipóteses para Rui Silva, fazendo o 1-0 para as águias e levando à festa os adeptos encarnados no topo norte do Jamor.
Praticamente na jogada seguinte, aos 50 minutos, o Benfica voltou a balançar as redes. Tomás Araújo combinou com Pavlidis e o avançado grego isolou Bruma para o que parecia ser o segundo golo encarnado. No entanto, o VAR entrou novamente em ação. Após revisão, Luís Godinho anulou o lance por uma falta anterior de Álvaro Carreras sobre Francisco Trincão, mostrando ainda o cartão amarelo ao espanhol. A decisão manteve o Sporting em jogo e o resultado em 1-0.
Apesar do golpe, o Sporting tentou reagir. Aos 60 minutos, Gyökeres arriscou um novo remate, mas a bola saiu muito por cima, num sinal de que não estava a ser a tarde mais inspirada do goleador sueco. O jogo seguiu intenso, com o Benfica a tentar gerir a vantagem e o Sporting a procurar o golo do empate.
Aos 74 minutos, o Benfica concedeu um canto, com Tomás Araújo a cair sobre o relvado. Enquanto o Sporting preparava a entrada de Harder, uma mancha de fumo subiu entre os adeptos do Benfica, adicionando cor (e alguma interrupção) ao ambiente do Jamor. Aos 75′, Pote cruzou bem para Gyökeres, que, em boa posição na área, cabeceou mal, por cima da baliza de Samuel Soares, falhando mais uma oportunidade.
Os minutos finais foram de alta tensão. Aos 82, o Benfica esteve muito perto de dilatar a vantagem. Após uma perda de bola de Hjulmand perto da linha lateral, Belotti rematou pela esquerda e obrigou Rui Silva a uma grande defesa, salvando o Sporting de sofrer o segundo golo e concedendo um canto ao Benfica. O Sporting, por sua vez, também teve a sua chance dourada aos 87 minutos, com Trincão a desperdiçar uma tremenda oportunidade, num remate cruzado pela direita que saiu muito fraco. Já em tempo de compensação, o Sporting visou a área, mas Samuel Soares mostrou tranquilidade ao voar para segurar a bola, afastando o perigo final.
Ainda no tempo de compensação, aos 90+6, Belotti foi pisado na cabeça por Matheus Reis, junto à bandeira de canto, num lance que Luís Godinho mandou seguir. Aos 90+8, Barreiro ameaçou, mas Rui Silva afastou para canto, à esquerda, com o Benfica cada vez mais perto de conquistar a Taça. Bruno Lage pedia calma.
Mas o drama estava guardado para os últimos segundos. Aos 90+10, Gyökeres arrancou pela direita, foi tocado por Renato Sanches e Luís Godinho não teve dúvidas: penálti para o Sporting! Sem hesitar, Gyökeres atirou para o empate de 1-1, levando o banco do Benfica, ao desespero
O início do prolongamento manteve a intensidade e a imprevisibilidade da partida. Logo nos primeiros minutos, o Sporting mostrou que a reviravolta moral do golo de Gyökeres os galvanizou. Conrad Harder, recém-entrado, rematou com o pé esquerdo do lado esquerdo da área, após assistência de Viktor Gyökeres, mas o remate foi defendido por Samuel Soares.
Aos 98 minutos, o guardião benfiquista voltou a impedir o bis de Gyökeres, desviando com a perna uma oportunidade surgida da esquerda para o meio. No entanto, a pressão leonina surtiu efeito. Aos 99 minutos, na sequência de um canto, Trincão cruzou bem para a área pela direita, e Harder desta vez não falhou. O dinamarquês cabeceou cruzado, e Samuel Soares voou, mas nada pôde fazer. Estava feito o segundo golo do Sporting, que colocava os leões na frente, com 2-1 no marcador.
Na segunda parte do prolongamento, com a desvantagem no marcador, o Benfica lançou-se ao ataque com quase todas as suas unidades, apertando o cerco à baliza do Sporting. Um livre perigoso no corredor direito, com as “torres” encarnadas a subirem à área, gerou apreensão nos adeptos leoninos. A defesa do Sporting, no entanto, manteve-se firme, com Trincão a desviar para canto, aliviando o perigo imediato.
Aos 118 minutos, o Benfica teve mais uma grande chance de levar o jogo para as grandes penalidades. Di María procurou o golaço com um remate de fora da área, mas a bola tirou tinta à barra, num suspiro de alívio para os sportinguistas. Na sequência, um livre em zona frontal para o Benfica, cobrado pelo mesmo Di María, foi direto para as mãos de Rui Silva, sem perigo.
Quando tudo parecia indicar que o Sporting seguraria a vantagem mínima e que o 2-1 seria o resultado final, os leões voltaram a agitar as redes. No último minuto do prolongamento, com o Benfica completamente balanceado no ataque, o Sporting montou um contra-ataque letal. Conrad Harder voltou a ser decisivo, com uma assistência açucarada para Francisco Trincão que, desta vez, não perdoou. O remate certeiro de Trincão selou o 3-1 final, garantindo ao Sporting a conquista da Taça de Portugal 2024/25, após um clássico que ficará para a história do futebol português pela sua emoção e reviravoltas.
O apito de Luis Godinho, ecoou pelo Jamor, confirmando a vitória do Sporting e iniciando a festa verde e branca. Os jogadores leoninos puderam finalmente erguer o cobiçado troféu, coroando uma época inesquecível com a dobradinha, numa final que demonstrou a fibra e a capacidade de superação da equipa.