Portugal Fashion – os primeiros desfiles foram em Lisboa

A 42ª Edição do Portugal Fashion, começou no passado sábado (17) em Lisboa, com a apresentação das novas tendências para o próximo Outono/Inverno.

Aldrabiscas

O local escolhido, para esta apresentação, foi o novo Terminal de Cruzeiros, considerado por muitos, como sendo uma referência arquitetónica da Lisboa do seculo XXI. Assim, a organização deste evento, classificado como o maior certame de moda realizado em Portugal, põe “a moda em diálogo com a arquitetura” dando a oportunidade aos criadores de apresentarem as suas coleções num cenário contemporâneo e cosmopolita.

Esta edição do Portugal Fashion, tem 34 desfiles programados, sete deles apresentados no passado dia 17 em Lisboa e os restantes no Porto, entre os dias 22 e 24 de março.

Coube aos Storytailors abrirem o evento com a coleção “111”, uma coleção que reflete a multiplicidade das peças numa só.

As peças que combinam materiais como, neoprene, fazendas, jerseys metalizados, popelines e gangas, entre outros transformam-se e libertam-se de preconceitos, transformando-se muitas delas em peças unissexo. Pregas suaves inspiradas no nascer das asas, contrastam com fechos metálicos e acessórios desportivos.

Seguiu-se Alexandra Moura, que com a coleção “I AM”, revisita a sua infância e adolescência num olhar retrospectivo. Influências de filmes como Blade Runer e ET, a melancolia e poesia de bandas como os Jesus and Mary Chain e The Smith, contribuíram para o desenvolvimento dos padrões utilizados. Os materiais usados foram os tules, a lycra e o cetim estampado, jaquard, algodão e lã, estabelecendo uma ponte entre o clássico e o contemporâneo.

“Machine After Machine” foi o nome que Susana Bettencourt, deu à coleção, apresentada no Portugal Fashion. Enaltecer a época de viragem que vivemos, levou esta criadora a apresentar propostas ousadas, usando malhas grossas, tricotadas, que se fundem com bombazinas brilhantes.

Uma parceria com a “Fifitex” levou Susana Bettencourt, a apresentar as suas criações, com fios únicos e personalizados, onde se juntaram as fitas de malha e os franzidos.

Pedro Pedro foi o quarto estilista a desfilar. A sua coleção “Lê Bureau”, rompeu com o “Casual Sportswear” habitual e trouxe-nos peças com um cariz mais formal que representam uma nova atitude de “Workwear”.

No próximo inverno vamos poder ver peças femininas mais soltas e fluidas. As saias alongam-se para acentuar a silhueta e as cores e padrões irão variar entre o preto e branco, azul, laranja, verde e camel.

Os materiais usados foram o algodão, as sarjas brutas, lãs grossas e materiais impermeáveis que assumem nesta coleção um lugar de destaque.

Os desfiles prosseguiram, com a coleção da dupla Alves/Gonçalves, que nos mostrou novos looks do universo feminino, num apelo ao urbano e à transgressão dos códigos clássicos.

Os tecidos ganham uma nova identidade, com a exploração das formas e uma diferente manipulação dos materiais usados.

Estampagens, plissagens e “coats” sobre tules, veludos, sedas, rendas e nylons, são veículos motores desta coleção.

O antepenúltimo desfile trouxe-nos a coleção de Carlos Gil. Intitulada “Vinte e Quatro Horas”, explora o universo de uma cidade que nunca dorme e onde os focos de luz, criam uma vasta gama de contrastes.

A imagem da mulher citadina, elegante, sofisticada e urbana, que nos remete para o glamour dos anos 70 e 80, mas cujo look tem de se adaptar a todas as horas do dia, é a estrutura e a narrativa desta coleção.

A paleta de cores é composta por uma seleção de tons quentes e frios.  Padrões de riscas, inspirados nos rastros das luzes, confere uma dinâmica à silhueta feminina, que apesar de reta, transmite movimento através dos jogos de cor e de pregueados.

 A “mulher Carlos Gil” será assertiva, atual, pratica e arrojada, para alem de estar vinte e quatro horas, sete dias por semana “ready to go”.

TM Collection By Teresa Martins, encerrou os desfiles deste dia. E encerrou com chave de ouro, uma vez que o espetáculo criado à volta do título da coleção “Forest Path” foi muito bem imaginado e conseguido.

Na floresta onde as cores e a neblina se fundem, mergulhamos em paisagens verdes, azuis e castanhos profundos, realçadas por pinceladas de magenta, mostarda e verde-gelatina. As silhuetas são livres, soltas e estruturadas.

A suavidade das sedas, o calor da lã de Iaque e a textura dos algodões acolchoados, transmitem a estes modelos o conforto e a liberdade para encontrar o caminho de casa no meio da floresta…

Encerrado o dia Portugal Fashion, resta salientar, a excelente organização, o profissionalismo e a simpatia com que foram recebidos, quer o público, quer os profissionais que ali se deslocaram em serviço.