O artista considera que “Ibéria” é uma proposta artística que “quer defender a ideia de integração cultural de Espanha e Portugal como uma ponte para fortalecer as relações transfronteiriças. É uma declaração de intenções que desfigura a fronteira, dilui as diferenças e aproxima as semelhanças de uma história compartilhada”.
A fronteira, ou neste caso a ausência dela, tem sido um tema recorrente na trajetória artística de Augusto Andrade. Uma carreira profissional focada no estudo e análise dos diferentes tipos de fronteiras, as suas características, os seus significados e consequências, sejam elas físicas ou sociais, filosóficas ou políticas, geográficas ou culturais.
Augusto Andrade apresenta em Monsaraz uma série pictórica produzida com materiais como tecido de algodão não tratado, resina de poliéster, fotografia, calçada portuguesa e desenho. Nas suas obras aparece sempre o conceito de fronteira, seja de forma implícita ou explicita, e pode-se compreender a evolução dos materiais, desde as séries “Plumas” (1998) até “(El rapto de) Europa” (2016). O que muda é o modo e o processo de manipulação desses recursos e ferramentas, dando diferentes resultados visuais em cada uma das séries.