A receber o Navio-Escola Sagres esteve o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que disse partilhar da “tristeza dos marinheiros pelo regresso inesperado, inopinado e diferente daquilo que imaginavam”.
Um sentimento que o comandante Maurício Camilo não escondeu que têm, neste momento os que voltam a casa e terão de se deparar com “uma nova realidade”.
Aos jornalistas, o Comandante do Navio-Escola Sagres, partilhou três sentimentos que o acometem. “Um é de alívio por regressarmos bem. Há um segundo de tristeza porque efetivamente saímos dia 5 de janeiro para uma viagem de circum-navegação que infelizmente não se pôde concretizar e um sentimento de esperança de que as coisas rapidamente voltem àquilo que é normal e, num futuro mais ou menos próximo, podermos voltar a ter a Sagres a navegar”.
O veleiro, que iniciou no dia 5 de janeiro a Grande Viagem de Volta ao Mundo, interrompeu a viagem de circum-navegação, ao receber ordem para regressar a Portugal, devido à pandemia do coronavírus.
Ainda assim a Sagres, teve de atracar na cidade do Cabo para se reabastecer. A operação decorreu com todas as precauções. Tudo foi planeado para não haver qualquer contacto com pessoal em terra, condição também imposta pelas autoridades da Africa do Sul.
A Sagres, fez ainda uma escala técnica, no Mindelo, para proceder a uma reparação elétrica. Também aqui a tripulação se manteve a bordo, sem contato com elementos alheios ao navio.
À chegada a tripulação, por motivos de segurança, não pode ter as suas famílias, à espera no cais. Mas puderam seguir ainda hoje, para as suas residências, isto porque “o melhor teste de todos” à Covid-19 já havia sido feito. Desde o dia 3 de março, que a tripulação não contactou com pessoas de fora do navio.
A viagem
Comandado pelo capitão-de-fragata Maurício Camilo, o Navio Escola-Sagres, percorreu 15.869 milhas náuticas, o equivalente a cerca de 30.000 km. Foram realizadas 2358 horas de navegação e teve a visita de mais de 11.000 pessoas. Escalou os portos de Tenerife, Praia, Rio de Janeiro, Montevideu, Buenos Aires e Cidade do Cabo, fazendo uma escala técnica no Mindelo, antes do regresso a Lisboa.
A viagem de circum-navegação vai-se realizar
A certeza de que esta, era uma viagem relevante para toda a tripulação, ficou patente nas palavras do ministro da Defesa.“A vossa viagem de circum-navegação, emblemática e única, não deixará de se realizar. Vivemos ainda tempos de incerteza em Portugal e em todo o mundo. Não sabemos quando poderemos retomar os nossos planos, mas sabemos que isso acontecerá”.
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